A Região Demarcada do Douro, nos concelhos de Santa Marta de Penaguião, Sabrosa, Armamar, entre outros, foi assolada por queda de granizo e muita chuva que destruiu ontem, dia 6 de Julho, vinhas, olivais, pomares e outras produções.
“De um momento para o outro, um grande número de vitivinicultores do Douro viu desaparecer todo ou parte do investimento anual e o seu trabalho”, diz um comunicado da Avidouro – Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro que “reclama do Governo e do Ministério da Agricultura” o “levantamento criterioso das áreas afectadas e contabilização dos prejuízos”, apoio dos Serviços do Ministério da Agricultura, “na indicação dos tratamentos a efectuar, para minimizar prejuízos maiores” e a “atribuição de uma ajuda financeira efectiva a todos os agricultores afectados”.
Entretanto, os técnicos da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte estiveram hoje no terreno a fazer um levantamento dos prejuízos causados pelo granizo e chuva intensa nas vinhas e pomares do Douro. Segundo a agência Lusa, a Direcção Regional alertou já os produtores para começarem imediatamente a aplicar um tratamento para ajudar a cicatrizar as videiras, nomeadamente adubo foliar com elevada percentagem de cálcio. A DRAPN salientou que o tratamento é “tanto mais eficaz quanto mais rapidamente for efectuado”.
No entanto, a Avidouro quer ajuda financeira e pede ainda a suspensão do pagamento das prestações mensais para a Segurança Social, sem perda de direitos, a criação de uma “linha de crédito altamente bonificado e com carência de 2 anos para os agricultores interessados” e a antecipação do pagamento das ajudas/subsídios comunitários da campanha de 2017.
A Avidouro não se fica por aqui e “reclama ainda do Governo a revogação do Decreto-lei 152/2014, por forma a devolver a Casa do Douro aos seus verdadeiros e legítimos donos – os viticultores durienses”.
Próximas campanhas em risco
Aqueles responsáveis afirmam que “há vinhas que estão profundamente afectadas e que em muito casos a produção está completamente comprometida”, acrescentando que, “como é sabido um flagelo como este tem proporções que não se ficam só por este ano. As vinhas ficam afectadas também nas campanhas seguintes”.
Diz a Avidouro que, sucessivamente ano após ano, a situação dos pequenos e médios viticultores durienses “agrava-se. Há mais de uma década que é constante a sucessiva quebra do rendimento das explorações vitícolas, pela falta de políticas adequadas à Região e à sua especificidade, liquidação da Casa do Douro, diminuição dos quantitativos do “benefício”, baixos preços à produção…”.
Agricultura e Mar Actual