A direcção da AJAP – Associação dos Jovens Agricultores de Portugal alerta para a necessidade, no sector frutícola, da “fusão de Organizações de Produtores (OP), prevista na linha de financiamento do PDR [Programa de Desenvolvimento Rural], mas que nunca entrou em prática, bem como a urgência de um Simplex Administrativo, de que é exemplo a plataforma do IFAP [Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas]”.
Estas são algumas das necessidades a ter em conta pela AJAP para o sector frutícola, “importante fileira para o País”, segundo um comunicado de imprensa — em que considera José Manuel Fernandes o “ministro dos agricultores”—, destacando ainda “a falta de incentivo ao escalamento da produção” e “limites ao financiamento para projectos de larga escala”.
“Não menos importante, é fundamental na pêra rocha o apoio e incentivo na reposição do potencial produtivo, que devido ao fogo bacteriano faz com que muitos agricultores desistam da cultura, arrancando pomares inteiros e não repondo. Nesta matéria, é essencial dar meios à Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) ou poderes à GNR, para actuar, evitando assim a propagação da doença. Destaque ainda para a aposta nas coberturas para pomares e reforço de financiamento face aos fenómenos extremos resultantes das alterações climáticas”, acrescenta o mesmo comunicado.
Vinha e vinho
Já sobre o sector da vinha e do vinho, a AJAP defende um “aumento da destilação para a produção de aguardente vínica, para fins industriais (incluindo produtos de desinfecção ou indústria farmacêutica), ou inclusivamente com objectivos energéticos, de forma a assegurar a garantia do pagamento justo à produção”.
Além disso, adianta o mesmo comunicado, “é fundamental impulsionar a promoção dos vinhos portugueses no exterior, com vista a aumentar as exportações, quer nos mercados onde tradicionalmente já estamos, quer em novos mercados internacionais”.
“Somos um território único em termos de geografia no Mundo, que produz vinhos de grande qualidade, e uma promoção articulada com base nos solos, clima e castas únicas deve ser um elemento diferenciador na afirmação dos vinhos portugueses nos mercados externos”, salienta a AJAP.
Nos cereais, a AJAP alerta para a necessidade de “rever a estratégia nacional para este sector, tornando-a realista e exequível, sob pena de os agricultores continuarem a abandonar o seu cultivo, o que poderia levar ao acentuar da descida nas áreas de produção. Defendemos apoios suplementares, devido aos preços, ainda nesta campanha de cereais de 2024, e de forma a fazer face aos elevados custos dos factores de produção”.
Agricultura e Mar