Artigo de opinião de Sara Sousa, marketeer na Agroop
Um novo relatório do Banco Mundial diz que os países em desenvolvimento precisam de apostar mais na inovação agrícola de forma a conseguirem reduzir a pobreza, enfrentar as alterações climáticas e alcançar as metas de produção alimentar.
Mais de 80% das pessoas muito pobres em todo o mundo moram em áreas rurais; dessas, a maioria trabalha em agricultura. Assim, o aumento da produtividade agrícola é essencial para a redução da pobreza – tem cerca do dobro do impacto da aposta em produção industrial, assegura o Banco Mundial.
“As novas tecnologias estão a melhorar o acesso e o custo da informação (…) em todas as áreas, incluindo a agricultura. Isto pode aumentar a produtividade de agricultores com pouco know-how,” disse a vice-presidente para o Crescimento, Finanças e Instituições do Bando Mundial, Ceyla Pazarbasioglu.
Além da pobreza, as alterações climáticas também são um problema – estas, juntamente com o deterioramento dos recursos naturais, vão “atacar com força a agricultura, impactando os pobres e vulneráveis, especificamente em África e no sul da Ásia,” de acordo com o Banco Mundial.
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Na face destes desafios, o passo mais importante a dar para aumentar a produtividade na agricultura e os rendimentos dos agricultores é a adopção de tecnologias e práticas inovadoras pelos mesmos.
“Tal vai permitir aos agricultores aumentar o rendimento das culturas, gerir inputs com mais eficiência, adotar novas culturas e sistemas de produção, melhorar a qualidade da produção, conservar recursos naturais e adaptarem-se às mudanças climáticas.”
Para já, o investimento dos países em pesquisa e desenvolvimento nesta área está aquém do nível que o Banco Mundial considera necessário para se alcançarem estes efeitos positivo, especialmente em África.
“Os agentes políticos nos países em desenvolvimento precisam de reverter [a tendência de decréscimo no investimento em inovação] e melhorar as condições para encorajar a contribuição do setor privado,” disse William Maloney, economista chefe do sector de Crescimento, Finanças e Instituições do Banco Mundial.
Foto: CIAT
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