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Proposta da IL para instalação de centrais de dessalinização no Alentejo e na zona Oeste chumbada na AR

A proposta do Grupo Parlamentar da Iniciativa Liberal (IL) para a instalação de centrais de dessalinização no Alentejo e na zona Oeste foi chumbada ontem, 23 de Junho, na Assembleia da República (AR), com os votos contra do Partido Socialista (PS) e do Partido Comunista Português (PCP). Um dos objectivos era aumentar as disponibilidades hídricas para o regadio na agricultura.

A IL propunha, no âmbito do Plano Regional de Eficiência Hídrica do Alentejo, que seja assegurado o aumento da oferta hídrica na região através da construção de pelo menos uma central de dessalinização. Proposta chumbada com os votos contra do PS e do PCP.

Quanto à proposta de, através do Ministério do Ambiente, se adopte as diligências necessárias com vista à rápida conclusão e publicação do Plano Regional de Eficiência Hídrica do Alentejo, foi chumbada apenas pelo PS. E quanto ao planeamento de medidas no sentido do aumento da oferta hídrica na da Zona Oeste através da construção de pelo menos uma central de dessalinização, foi também chumbada com os votos do PS e PCP.

Segundo o Projecto de Resolução n.º 633/XV/1.ª da IL, “a seca, bem como a escassez hídrica, é um fenómeno com o qual Portugal já tem de lidar há bastante tempo, facto decorrente daquele que já é o seu clima”, realçando que “a competitividade futura da agricultura portuguesa depende do desenvolvimento do regadio, que por sua vez se integra directamente na rede de abastecimento de água (…). O regadio (…) pode produzir seis vezes mais por hectare do que a cultura de sequeiro, sendo o seu desenvolvimento fundamental para a competitividade da agricultura portuguesa”.

Aposta na dessalinização

Assim, para o Grupo Parlamentar da Iniciativa Liberal, “é necessário um salto qualitativo nas infra-estruturas hídricas portuguesas, o que passa por um aumento da oferta de água que assegure tanto o abastecimento das populações como a competitividade económica. Uma das principais vias através das quais é possível expandir consideravelmente a oferta de água em Portugal é a do emprego de tecnologias de dessalinização”.

Explicam aqueles deputados no Projecto de Resolução (ler aqui) que “a dessalinização consiste no processo de retirar sais e outros minerais da água salgada, comumente feita por uma de duas vias: ou a da osmose inversa, a mais habitual, que consiste na passagem de água salgada por membranas que filtram por vários níveis o sal da água, ou da dessalinização térmica, que ferve, evapora e torna a condensar a água sem o sal”.

“Da água que entra na central sensivelmente metade, consoante a eficiência tecnológica, transforma-se em água dessalinizada. O processo serve para gerar água potável e pode também gerar água salobra — nível de salinidade intermédio entre a da água doce e a da água salgada — que pode ser utilizada, por exemplo, na rega”, salientam.

E realçam que a dessalinização “representa uma oportunidade de expansão da oferta de água em Portugal enquanto se evita o esgotamento dos recursos hídricos existentes. A tecnologia tem-se espalhado depressa, sobretudo no Médio Oriente e na Ásia. (…) Aqui ao lado, Espanha é um dos países no mundo que mais cedo começou a investir na dessalinização”.

Exemplo de Porto Santo

Por outro lado, acrescentam que “o tema da dessalinização não é, contudo, novo em Portugal. A Ilha de Porto Santo construiu a primeira e única central de dessalinização do País, a primeira da Europa, inaugurada ainda em 1980, da qual hoje depende inteiramente para assegurar o seu abastecimento de água. Aquele que foi um enorme caso de sucesso em Portugal não foi encarado, no entanto, como algo a replicar no território continental até recentemente”.

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