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OE 2023. PCP. “Estamos perante um Orçamento que não dá resposta” aos problemas

O Partido Comunista português (PCP) foi recebido em audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2023. Para o secretário-geral do Partido Comunista, Jerónimo de Sousa, neste Orçamento 2faltam as respostas necessárias que hoje milhões de portugueses sentem e falam designadamente em relação ao aumento do custo de vida, em relação à valorização dos salários, de reformas e das pensões, em relação às dificuldades dos serviços públicos, designadamente na educação tendo em conta a situação de falta de professores”.

Na audiência com o Presidente da República, Jerónimo colocou também uma questão que para o PCP “é central”: “procurar que a produção nacional se afirme cada vez mais. Nós precisamos de combater esses deficits demográficos, tecnológicos, energéticos. Mas infelizmente este Orçamento não dá uma resposta cabal e clara em relação a esse objectivo, a este desígnio nacional para a nossa produção nacional aumentar significativamente”.

Acrescenta o PCP em nota de imprensa que “transmitimos esta preocupação: obviamente estamos perante um Orçamento que não dá resposta a estes problemas. Num quadro em que cada vez mais se acentuam as dificuldades para muitos portugueses, naturalmente transmitimos ao Senhor Presidente da República a perspectiva que o PCP tem, que não basta constatar factos, não basta ficar a olhar, sem grande esperança, para uma evolução positiva da situação nacional”.

Simultaneamente a “afirmação clara que participaremos no debate deste Orçamento do Estado, com um conjunto de propostas que estamos elaborando, algumas até apresentadas fora deste contexto de discussão do Orçamento e procurar que esse Orçamento encontre respostas àqueles que hoje olham para a sua reforma e têm dúvidas em relação ao futuro, em relação aos salários, em relação à precariedade”.

Concertação Social

Diz a mesma nota de imprensa do PCP, citando Jerónimo de Sousa, que “neste Conselho de Concertação Social, há um elemento que nos inquieta: as confederações do grande patronato aplaudiram e se aplaudiram por alguma razão foi, e enquanto se notava essa ausência de respostas que naturalmente precisa ser corrigida — embora isto é como uma cepa, quem nasce torto tarde se endireita, e nós pensamos que vai ser muito difícil endireitar a vida, mas de qualquer forma aqui estamos com a disposição e confiança de dar o nosso contributo, colocar os problemas com uma grande força e determinação sem esperar que o coração desta maioria absoluta actual, não vá ceder aos interesses dos grandes grupos económicos, particularmente nesta situação dramática, não vá corresponder a esses objectivos designadamente em relação aos lucros dos grandes grupos económicos, é disso que estamos a falar, que encontram ali, nesta proposta de Orçamento, mais mordomias, mais privilégios e em relação aos salários, às reformas, às pensões claramente insuficientes”.

“Porque a inflação aí está: eles vão dizendo que vai descer e nós na nossa vida vemos é crescer a inflação, aumentar os preços sem nenhum controlo, sem nenhuma fixação de preços, e neste quadro temos muito para fazer, num quadro que reconhecemos grandes dificuldades para alterar este rumo do Partido Socialista”, realça Jerónimo de Sousa.

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