AGRICULTURA E MAR Revista do mundo rural e da economia do mar
O concelho de Carrazeda de Ansiães, distrito de Bragança, terra com muitos floricultores dedicados à produção de maçã e cereja, foi assolado por trovoadas fortes e granizo, no passado sábado, dia 14 de Maio, provocando elevados prejuízos.
Perante a intempérie, o Grupo Parlamentar do Bloco e Esquerda (BE) quer saber se o Ministério da Agricultura e da Alimentação já realizou algum levantamento dos impactos e prejuízos no sector agrícola decorrentes dos eventos meteorológicos descritos e quais as suas conclusões.
Em pergunta enviada à ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, os bloquistas pretendem ainda saber que medidas prevê o Governo adoptar para responder às dificuldades dos produtores afectados e qual o prazo de atribuição dos apoios para os produtores afectados.
Nas perguntas enviadas a Maria do Céu Antunes, o BE refere que o presidente da Associação dos Floricultores e Olivicultores do Planalto de Ansiães, Luís Vila Real, garante que “desta vez com uma intensidade fora do normal aqui no concelho de Carrazeda de Ansiães, que afectou seguramente cerca de 90% da área, e com prejuízos bastante avultados, comprometeu a produção do ano e implica uma perda bastante acentuada do rendimento dos agricultores, o que no actual cenário torna as coisas ainda mais difícil. Se pensarmos no aumento do preço das matérias-primas, as pessoas contam com as produções para fazer face a essas despesas, quando já estão comprometidas no início da campanha tornam as coisas extremamente difíceis para toda a gente”.
E frisa que, com as actuais alterações climáticas em curso “prevê-se um crescimento substancial do número de eventos meteorológicos extremos, em especial para o contexto português, pois o clima mediterrânico é susceptível a este tipo de eventos e Portugal é considerado a nível internacional um hotspot das alterações climáticas”.
Assim, o Bloco de Esquerda “considera essencial que o Governo tome medidas que promovam a diversificação dos sistemas de produção agrícola, apoiando os agricultores na transição ecológica das duas explorações e na valorização dos seus produtos, garantindo desta forma maior resiliência às alterações climáticas, do ponto de vista ecológico, social e económico”.
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