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Cientistas da Universidade do Minho retardam deterioração de frutos com produto das colmeias

Uma equipa da Escola de Ciências da Universidade do Minho está a estudar uma forma de retardar a contaminação microbiana e o amadurecimento pós-colheita da fruta. Isto é possível através do própolis, uma resina biológica criada por abelhas para proteger as suas colmeias e utilizada na indústria farmacêutica, cosmética e em higiene e saúde oral, principalmente pelas suas propriedades antimicrobianas e antioxidantes. “Os resultados na UMinho são promissores”, garante uma nota de imprensa da Universidade.

O tratamento poderá ser ainda aplicado no campo ou pós-colheita, impedindo o apodrecimento e adiando o amadurecimento dos frutos

E realça que o estudo mostra que pode ser possível mitigar o aparecimento de doenças e/ou retardar o apodrecimento microbiano em maçãs, pêras e tomates cherry, mas também a degradação natural durante o seu armazenamento e comercialização com recurso a este produto biológico.

No caso de doenças dos frutos causadas por microrganismos fitopatogénicos, este processo de retardação pode passar por pulverizar as árvores, mas os cientistas também testaram soluções à base de própolis após a colheita dos frutos. Com isto, observou-se uma redução no avanço dos focos de infecção induzida.

A condução deste estudo ficou a cargo de Cristina Almeida Aguiar, Ana Cunha, Leonor Tunes Pereira, Ana Beatriz Carneiro e Lucas Falcão Peixoto, investigadores do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da UMinho.

Potencialidades do própolis 

Em Portugal, o estudo sobre as potencialidades do própolis na área agroalimentar é limitado. Por isso, esta investigação “representa um importante passo para a sua valorização no sector”, desde logo fazendo chegar esta informação a apicultores e agricultores.

“Apesar do interesse crescente por produtos naturais, as propriedades de outros produtos da colmeia são relativamente desconhecidas dos apicultores portugueses, o que faz com que o própolis tenha sido pouco valorizado no nosso país. Por outro lado, os requisitos de qualidade apertados e quantidades elevadas requisitadas pela indústria farmacêutica podem desmotivar os apicultores dada a estimativa de produção: 500g de própolis por colmeia e por ano”, explicam as investigadoras.

Além disso, a utilização do própolis apresenta algumas vantagens para a biodiversidade e para o ambiente, uma vez que pode levar à diminuição do uso de pesticidas e fungicidas, mas também pode representar um avanço contra o desperdício alimentar.

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