São cada vez mais as organizações agrícolas a alertarem para a escalada dos custos de produção. Os produtores de leite da Póvoa de Varzim dizem que estão em risco de falência, a Aprolep — Associação dos Produtores de Leite de Portugal garante que “está em risco o abastecimento regular de leite fresco de origem local”, os regantes alertam que os operadores se preparam “para triplicar o preço da electricidade” e a FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares garante que a inflação das matérias-primas irá “inevitavelmente” aumentar preços dos alimentos no consumidor final.
São as consequências destes alertas que estão espelhados no Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Novembro de 2021, do Instituto Nacional de Estatística (INE). Em Setembro de 2021, assistiu-se a um acréscimo de 11,4% no índice de preços de bens e serviços de consumo corrente causado, principalmente, pelos aumentos dos índices de preços dos adubos e correctivos (+53,3%), energia e lubrificantes (+18,5%) e alimentos para animais (+13,7%).
Em comparação com o mês anterior, verificou-se um acréscimo de 1,1% no índice de preços de bens e serviços de consumo corrente, tendo as variações mais significativas sido registadas nos adubos (+2,0%), alimentos para animais (+1,7%) e energia e lubrificantes (+1,2%).
No índice de preços dos bens e serviços de investimento registou-se uma variação positiva de 3,7%, devida, fundamentalmente, aos aumentos dos índices de preços das máquinas e materiais para cultura (+4,7%) e das máquinas e materiais para colheita (+3,7%); em relação ao mês anterior observou-se uma variação positiva de 0,1%, referem os técnicos do INE.
Preços de produtos agrícolas no produtor
Quanto ao índice de preços de produtos agrícolas no produtor, adianta o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Novembro de 2021 que, em Outubro de 2021, observaram-se variações positivas nos índices de preços nos ovos (+28,2%), azeite a granel (+16,2%), ovinos e caprinos (+10,2%), plantas e flores (+9,9%), frutos (+7,0%), bovinos (+4,7%) e aves de capoeira (+1,1%).
Por outro lado, registaram-se variações negativas nos índices de preços da batata (-24,9%), suínos (-19,5%) e hortícolas frescos (-2,7%).
Em relação ao mês anterior, verificou-se um acréscimo no índice de preços das plantas e flores (+16,7%), ovinos e caprinos (+6,7%), ovos (+5,9%), hortícolas frescos (+4,8%) e aves de capoeira (+0,9%) e uma diminuição no índice de preços dos suínos (-11,4%), frutos (-2,9%), azeite a granel (-2,8%), batata (-1,5%) e bovinos (-0,2%).
Agricultura e Mar Actual