São cada vez mais os estudos a defender que a dieta mediterrânica, que contempla um consumo moderado de vinho, melhora as funções cognitivas, apesar do desgaste natural, devido à grande quantidade de agentes anti-inflamatórios e antioxidantes que contém.
Segundo uma nota da Organização Inter-profissional do Vinho de Espanha (OIVE), em 2013, vários investigadores chegaram à conclusão de que a Dieta Mediterrânica reduz em cerca de 30% o risco de sofrer um enfarte do miocárdio, cerebral ou de morrer por uma causa cardiovascular.
Para prevenir a doença, os especialistas recomendam realizar actividade física de forma regular, controlar o peso, a pressão arterial, o açúcar e o colesterol, não fumar e levar uma dieta rica e saudável.
Elevada presença de antioxidantes
Por outro lado, no caso do vinho no contexto da dieta mediterrânea, a elevada presença de antioxidantes na sua composição reduz a inflamação, impede que as artérias se endureçam e inibe a coagulação, o que melhora o fluxo sanguíneo.
Também ficou demonstrado que os polifenóis, presentes nesta bebida, são muito bons para melhorar positivamente a cognição do cérebro e conseguir melhorar o estado de ânimo e, em consequência, reduzir a angústia, a ansiedade e a possibilidade de sofrer depressões.
Ensaios de alimentação aleatórios
Perante este cenário, o Dr. Ramón Estruch, consultor de Medicina Interna da Clínica de Barcelona afirma que “nos ensaios de alimentação aleatórios, como o ensaio Predimed (PREvención con DIeta MEDiterránea) que pretende analisar a pauta nutricional da Dieta Mediterrânea, observamos que os participantes com baixa incidência das doenças cardiovasculares e cérebro-vasculares eram aqueles que seguiam una dieta mediterrânea (que inclui o consumo moderado de vinho, pelo que apresentaram uma menor incidência de enfarte cerebral”.
“Também aqueles com maior consumo de azeite virgem extra, café, vinho e nozes, todos eles alimentos muito ricos em polifenóis, mostravam menor deterioração cognitiva que aqueles que não consumiam estes alimentos. E o consumo moderado de álcool, por si mesmo, também actua como factor protector através de diferentes mecanismos”, acrescenta Ramón Estruch.
Doenças cardiovasculares matam mais que cancro da mama
As doenças cardiovasculares e os acidentes cérebro-vasculares são os problemas mais importantes da saúde pública nas sociedades modernas. Em Espanha, o enfarte cerebral é já a principal causa de morte entre as mulheres, mais do que o cancro da mama, segundo os dados do Instituto Nacional de Estadística (INE, espanhol).
Coincidindo com o Dia Mundial do Enfarte Cerebral, a 29 de Outubro, “cabe recordar que apesar de que as investigações científicas terem conseguido reduzir consideravelmente a mortalidade e as consequências irreversíveis destas duas patologias, o certo é que a prevenção é a melhor arma para combater a deterioração do nosso cérebro”, refere a Sociedade Espanhola de Neurologia (SEN).
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