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Valor acrescentado bruto da silvicultura cresce 5,8% em 2015

O Valor Acrescentado Bruto (VAB) da silvicultura registou, em 2015, um aumento nominal e em volume, de 5,8% e 3,8%, respectivamente, mantendo a tendência de crescimento observada nos últimos anos. Para esta evolução do VAB foi determinante o comportamento da produção de cortiça (+9,1% em valor e +6,0 % em volume) e, em menor grau, de madeira (+3,3% em valor e +3,7% em volume), refere o Instituto Nacional de Estatística (INE), nas suas Contas Económicas da Silvicultura, publicadas hoje, 28 de Junho.

Em 2016, o saldo da balança comercial dos produtos de origem florestal (que inclui os materiais que estão no perímetro das Contas Económicas da Silvicultura e os produtos industriais de origem florestal) registou um excedente de 2,5 mil milhões de euros, que compara com 2,6 mil milhões de euros observados em 2015. Os produtos à base de cortiça constituíram o grupo com maior destaque, com um excedente comercial de 844,7 milhões de euros.

Segundo o INE, a madeira para serrar é essencialmente utilizada pelas indústrias de serração, as quais fornecem matéria-prima às fábricas de embalagens, de mobiliário ou à construção. É, na sua maioria, composta por pinheiro bravo.

O crescimento das exportações, com o consequente acréscimo da produção de paletes e caixas, e a recuperação da construção, terão contribuído para um incremento do volume de madeira para serrar (+1,1%). Por outro lado, a insuficiência de toros para serrar de pinheiro bravo, provocada pelos incêndios e pela diminuição das plantações nos últimos anos, concorreu para um aumento do preço desta madeira (+4,9%).

Madeira para triturar

Já a madeira para triturar, proveniente de espécies resinosas e folhosas, sendo de destacar o eucalipto, é principalmente utilizada no fabrico de pasta de papel, de madeira com fins energéticos (pellets e briquets) e de aglomerados.

Após o decréscimo de volume observado em 2014, a madeira para triturar voltou a registar um aumento real em 2015 (+4,7%), retomando a tendência de crescimento verificada entre 2009 e 2013, em função do aumento da capacidade produtiva da indústria de pasta de papel. Os preços diminuíram 2,4%, interrompendo a tendência de aumento registada desde 2006.

Produção de cortiça aumenta 9,1%

Por sua vez, a transformação de cortiça é maioritariamente direccionada para a indústria vinícola. “Efectivamente, dada a relevância da produção e exportação nacional de vinho, a produção de rolhas assume extrema importância em Portugal”, refere o INE. Adicionalmente, a cortiça tem sido alargada a inúmeras outras utilizações (construção, decoração, etc.), o que tem estimulado esta área de mercado.

Em 2015, observou-se um crescimento nominal da produção de Cortiça de 9,1% relativamente ao ano anterior, em consequência de aumentos de volume (+6,0%) e de preço (+2,9%). Esta evolução poderá ser justificada pelo grande dinamismo das exportações nacionais de produtos relacionados com cortiça (v. balança comercial).

Quanto à produção de serviços silvícolas e de exploração florestal (Florestação e reflorestação de rendimento regular e outros serviços silvícolas e de exploração florestal) voltou a registar um aumento nominal em 2015 (+2,0%), retomando o crescimento observado desde 2012 após o decréscimo observado em 2014.

O ligeiro decréscimo do volume na produção de serviços silvícolas e de exploração florestal verificado em 2015 (-0,2%) reflecte o decréscimo de 8,9% observado na Florestação e reflorestação (inclui replantações e despesas de manutenção), em particular de sobreiro e pinheiro manso.

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