Início / Agricultura / Sector do azeite do Alentejo está paralisado. Capacidade de armazenamento de de bagaço de azeitona esgotada

Sector do azeite do Alentejo está paralisado. Capacidade de armazenamento de de bagaço de azeitona esgotada

O ano de 2021 deverá ter uma produção de azeite na ordem das 180.000 toneladas, o que constitui a maior campanha desde que há registos. Mas, devido ao boom verificado na produção deste ano, as três grandes unidades de recepção de bagaço de azeitona, proveniente dos lagares, cooperativos e não cooperativos, que processam toda a azeitona produzida no Alentejo, têm a sua capacidade de armazenamento esgotada ou praticamente esgotada e não aceitam mais matéria-prima.

A Fenazeites – Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Olivicultores, em nota de imprensa, diz que tomou conhecimento de que “todo o sector olivícola do Alentejo está paralisado, desde a apanha de azeitona aos lagares que a transformam”.

“A ausência e recusa da aceitação de uma estratégia global equilibrada para o sector, pelos organismos competentes, tem provocado estes desequilíbrios estruturais, que já estão a penalizar todo o sector nacional, nomeadamente no Alentejo, onde o estrangulamento na recepção dos bagaços de azeitona está a levar ao colapso das actividades relacionadas”

“Toda esta situação está a provocar prejuízos incalculáveis aos agricultores e empresas ligadas ao sector, além de que será aterrador o que poderá ocorrer à cadeia de valor oleícola, por não haver onde colocar aquele bagaço de azeitona, cuja produção estimada prevê atingir os 900.000.000 Kgs”, refere a Federação, dizendo que os “avisos do sector foram desvalorizados”.

Segundo a mesma nota de imprensa, o sector cooperativo, através da Fenazeites e a sua associada UCASUL – União de Cooperativa Agrícolas, “tem vindo, há vários anos, a tentar sensibilizar as entidades responsáveis para a possibilidade desta situação poder ocorrer”.

Agenda política sectorial

Apesar disso, as “unidades extractoras não tiveram autorização nem para aumentar a sua capacidade, nem licenciamento para abrir novas unidades. A imagem negativa das unidades de tratamento de bagaço que tem passado nos últimos anos, seja através de grupos de pessoas ou de associações que, de algum modo, identificaram a fragilidade no impacto social, fizeram parte da agenda política sectorial e em nada ajudaram a implementar as soluções necessárias para garantir o equilíbrio e a tão desejada sustentabilidade do sector”, diz a direcção da Federação.

Paralelamente, realça que o PDR 2020 deixou de incluir o sector olivícola de 2018 a Novembro de 2021, e a transferência de verbas do 2º pilar para o 1º pilar “demonstra a pouca preocupação da administração na urgência dos investimentos na transformação e laboração dos bagaços”.

Para a Fenazeites , “a ausência e recusa da aceitação de uma estratégia global equilibrada para o sector, pelos organismos competentes, tem provocado estes desequilíbrios estruturais, que já estão a penalizar todo o sector nacional, nomeadamente no Alentejo, onde o estrangulamento na recepção dos bagaços de azeitona está a levar ao colapso das actividades relacionadas”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

Verifique também

Hub Azul Açores deve integrar empreendedores açorianos em redes nacionais e internacionais

Partilhar              O Governo Regional dos Açores, através da Secretaria Regional do Mar e das Pescas, em …

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.