O Marine Stewardship Council – organização ambiental sem fins lucrativos que estabelece um padrão global para a pesca sustentável – regista no seu último relatório progressos encorajadores em relação ao aumento de produtos de pesca sustentável, mas assinala a necessidade de reforçar esta dinâmica para enfrentar a magnitude dos desafios colocados aos oceanos.
Os novos números divulgados pelo MSC mostram que, em 2019-2020, mais de 17% das capturas globais de pescado selvagem provinha de pescarias vinculadas ao seu programa1 e que o número de empresas dedicadas à produção, ao processamento e ao abastecimento de produtos da pesca com certificação do MSC continua a aumentar de forma acentuada.
O relatório anual da organização, Celebrar e Apoiar a Pesca Sustentável, também especifica que as capturas provenientes de pescarias vinculadas ao programa atingiram 14,7 milhões de toneladas, superando as 12,2 milhões de toneladas do ano anterior. A escolha do consumidor aumentou graças à duplicação das linhas de produtos com o selo do MSC (18 735), ao contrário do que acontecia há cinco anos.
Por outro lado, as vendas a retalho de produtos que ostentam a certificação do MSC ultrapassaram, pela primeira vez, os 10 mil milhões de dólares, evidenciando a crescente procura de produtos sustentáveis por parte dos consumidores.
Este progresso surge num contexto de crescente preocupação com a saúde dos oceanos a nível mundial – com a ONU a reportar a sobrepesca em mais de um terço das unidades populacionais, uma situação que se tende a agravar.
409 pescarias certificadas
No entanto, verifica-se também um reconhecimento cada vez maior da importância da pesca sustentável para a protecção dos nossos oceanos. Em Junho deste ano, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) informou que a pesca sustentável é mais produtiva e resiliente à mudança e, em Setembro, um relatório da ONU conclui que a pesca sustentável protege a biodiversidade dos oceanos.
O programa do MSC conta com 409 pescarias certificadas, com uma presença cada vez maior nos países em desenvolvimento. A proporção de capturas provenientes de pescarias vinculadas ao programa do MSC oriundas do hemisfério sul alcançou os 13%, aumentando quase um quarto em relação ao ano anterior.
“Estamos no meio de uma pandemia mundial que continua a infligir um enorme sofrimento humano e graves prejuízos económicos. No entanto, esta crise representa também uma oportunidade para tornarmos as nossas economias mais sustentáveis e equitativas. Garantir a prosperidade dos oceanos para as gerações futuras é uma componente essencial deste objectivo”, realça o relatório.
E acrescenta que há mais de 20 anos que o MSC estabelece a ligação entre pescadores, empresas e consumidores que se preocupam com o futuro dos nossos oceanos. “Não podemos permitir-nos recuar – temos de intensificar esforços para atrair mais pescarias, alcançar novos mercados e impulsionar mais melhorias através da liderança dos nossos parceiros, cujo sucesso celebramos. Agarremos esta oportunidade para redobrar os esforços de conservação dos nossos oceanos para as gerações vindouras”.
O relatório anual 2019-20 do Marine Stewardship Council está disponível online, aqui.
Agricultura e Mar Actual