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Reguengos de Monsaraz não utiliza glifosato há dois anos para eliminar ervas nas vias públicas

Há dois anos que o Município de Reguengos de Monsaraz não utiliza herbicidas com base de glifosato para eliminar as ervas daninhas nas vias públicas. A autarquia excluiu utilização de produtos químicos e efectua diariamente o roçamento das ruas para “proteger a saúde da população”.

Apesar da sua prática a nível mundial, o elevado número de estudos científicos a referirem a elevada potencialidade carcinogénica que a exposição aos produtos à base de glifosato pode provocar na saúde humana, levaram a autarquia a abandonar a monda química, substituindo-a por monda integralmente mecânica.

A “decisão ponderada” do actual executivo municipal provocou uma modificação de metodologia de trabalhos, mas também uma normal alteração dos ciclos vegetativos das ervas no espaço público. Assim, o Município de Reguengos de Monsaraz reforçou as suas equipas de limpeza urbana, através da contratação pública de pessoal e da contratação de um prestador de serviço, garantindo 10 operacionais, nomeadamente cinco funcionários municipais e cinco funcionários da empresa, a efectuarem o roçamento diário das ruas, num esforço anual superior a 160 mil euros, refere uma nota de imprensa da autarquia.

E realça que o esforço financeiro também se “traduziu no aumento do apoio às juntas de freguesia do concelho para a aquisição de produtos biológicos, como compensação pela não utilização de químicos em todas as localidades. As limpezas dos espaços públicos nas localidades das freguesias rurais são da responsabilidade das juntas de freguesia, ao abrigo das transferências de competências assinadas com autarquia”.

“Face à incerteza existente da comunidade científica relativamente à exposição dos seres humanos ao glifosato, a decisão assumida pela autarquia tem como objectivo primordial a protecção da saúde e o bem-estar da população”, acrescenta a mesma nota.

Ainda que aprovada a sua utilização pela União Europeia, o glifosato foi considerado em 2015 como “possível ou provavelmente cancerígeno para o homem” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro, que é uma estrutura da Organização Mundial da Saúde.

Marta Prates, presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, considera que “é natural que as ervas custem mais a controlar durante o Inverno, sobretudo quando chove e faz sol logo de seguida, mas acredito que assim estamos a proteger a saúde das pessoas. A saúde das pessoas é o meu principal foco, mais que a aparência das ruas. Contudo, reforço que apesar de algumas situações pontuais, o trabalho efectuado de limpeza urbana tem sido de grande qualidade e frequentemente elogiado pelos reguenguenses e por quem nos visita”. A autarca refere que “o controle das ervas daninhas nas vias públicas consegue-se fazer com eficácia sem a utilização do glifosato e, portanto, este é o caminho a seguir em defesa da saúde da população e dos visitantes”.

Marta Prates sublinha que “há vários estudos independentes que apontam ligações entre o glifosato e várias patologias”.

A utilização do glifosato aumentou exponencialmente desde a década de 1990, estando presente no meio ambiente e em contacto com a população através do ar, do solo, das águas superficiais e nos alimentos que são ingeridos, pelo que “a autarquia pretende evitar que esses factores de risco aconteçam no concelho”.

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