A Associação de Regantes e Beneficiários de Idanha (ARBI) acolheu, a 13 de Dezembro, a 36.ª Assembleia Geral da Federação Nacional de Regantes de Portugal (Fenareg), que apontou como prioridades para 2019 a modernização dos blocos de rega e a apresentação de propostas para uma estratégia nacional de regadio até 2050.
Representantes de Associações de Regantes de todo o País reuniram para definir a agenda do próximo ano, num momento em que Portugal enfrenta o desafio da preparação do quadro comunitário de apoio que deverá aplicar-se a partir de 2021.
Brexit, segurança e migração
Factores como o Brexit e as exigências de destinar mais fundos europeus às questões da segurança ou à migração, colocam desafios aos apoios necessários para a competitividade futura da agricultura na Europa.
O presidente da Fenareg, José Núncio realçou que “o regadio é fundamental para a agricultura e o seu futuro implica garantia de armazenamento de água e a modernização de blocos de rega, tendo claro que o objectivo agora não é somente eficiência no uso da água, mas também da energia para garantir a sustentabilidade do sector”.
Estratégia nacional para o regadio até 2050
Atendendo a este contexto, a Fenareg encomendou um estudo, que está a ser elaborado pela AgroGES, com vista a definir objectivos e propostas para o desenvolvimento de uma estratégia nacional para o regadio até 2050.
A Assembleia Geral da Fenareg foi unânime em assumir a necessidade deste estudo, que deverá estar concluído no primeiro trimestre de 2019, e cujas propostas serão um contributo dos regantes portugueses na definição de políticas públicas de regadio para o período 2020-2050.
Intervenções nos regadios mais antigos, como o de Idanha
O presidente da ARBI, Paulo Cunha, anfitrião desta reunião, sublinhou a importância do regadio no desenvolvimento da região, realçando a necessidade de intervenções nas infra-estruturas dos regadios mais antigos, como o de Idanha que tem mais de 70 anos.
A obra de regadio de Idanha-a-Nova, que abrange uma área de cerca de 8.200 hectares, submeteu um conjunto de projectos de modernização, mas que não foram contemplados nas verbas do actual PDR 2020.
O reforço de verbas para intervir neste tipo de infra-estruturas é premente para garantir a continuidade do seu funcionamento, concluíram os associados da Fenareg no debate da Assembleia Geral. Recorde-se que a Federação agrupa entidades dedicadas à gestão da água para rega, representando 90% do regadio organizado nacional e abrangendo mais de 25 mil agricultores.
Associação de utilidade pública
A Fenareg é uma associação de utilidade pública, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, fundada em 2005, que agrupa entidades dedicadas à gestão da água para rega, tanto superficial como subterrânea, com o objectivo de unir esforços e vontades na defesa dos seus legítimos interesses e na promoção do desenvolvimento sustentável e da competitividade do regadio.
Actualmente conta com 27 associados que representam mais de 25 mil agricultores regantes e cerca de 126.000 hectares, que significa mais de 90% do regadio organizado, 76% do regadio colectivo público e cerca de 20% do regadio nacional.
Agricultura e Mar Actual