A indústria de cruzeiros na Europa, representada pela CLIA — Cruise Lines International Association, tem mostrado “grande preocupação com a sustentabilidade ambiental, adoptando diversas medidas para reduzir seu impacto, nomeadamente ao nível da redução de emissões que são libertadas pelos navios, não só em mar como também em terra”. Até 2030 todos os portos europeus têm de implementar sistemas de fornecimento de energia eléctrica em terra.
Durante a Porto Maritime Week, no painel dedicado ao tema “A indústria de cruzeiros e o desenvolvimento sustentável”, Jose Alberto Celis, da CLIA Europe, referiu que “o foco principal da indústria de cruzeiros é a sustentabilidade e a eficiência energética. Este é um sector cujos navios representam menos de 1% do total da indústria do shipping, mas tem um impacto massivo na Economia europeia e um grande impacto ao nível das emissões”.
Actualmente, 98% dos navios de cruzeiros de todo o Mundo são construídos na Europa, numa indústria que representa mais de 50 mil milhões de euros e 400 mil empregos. Os armadores têm feito um trabalho relevante nesta área, principalmente no que concerne ao investimento em novas tecnologias de propulsão dos navios, optimização de motores, sistemas de limpeza de gases de escape, sistemas de eficiência de combustível e tecnologias de OPS – Onshore Power Supply, refere um comunicado de imprensa da organização do evento.
Esta tecnologia, que permite que os motores sejam desligados quando o navio está atracado, conectando-se à rede eléctrica do porto, minimizando o consumo de combustível e emissões, “já está disponível em cerca de 60% da frota de cruzeiros a nível mundial”, acrescenta.
No entanto, conforme referiu José Alberto Celis, menos de 10% dos portos europeus têm sistemas de OPS instalados. “Até 2030 a UE [União Europeia ] requer que todos os portos tenham de ter estas ligações”, salientou o responsável da CLIA Europe, adiantando que 21 portos europeus já possuem financiamento aprovado para avançar com a instalação de sistemas OPS, incluindo os principais portos portugueses de cruzeiros, nomeadamente Lisboa, Leixões e Funchal.
E apesar de estes projectos já estarem em curso, os stakeholders do sector já se questionam sobre “quais serão os custos associados à instalação destes sistemas”. Hugo Basto, da Mystic Cruises adiantou, durante o mesmo painel, que os armadores já estão “preocupados com os valores que as administrações portuárias irão cobrar em termos de kW/hora, quando tivermos os nossos navios ligados a terra. E também há dúvidas sobre qual o tipo de tensão que os portos vão implementar”.
A quinta edição da Porto Maritime Week, organizada pelo Transportes & Negócios, decorre entre 23 e 27 de Setembro, no Auditório Infante D. Henrique, no Porto de Leixões, “fiel ao compromisso de ser o ponto de encontro dos principais stakeholders do sector”. Um encontro para abordar temas de grande relevância para a indústria, como os planos de investimento dos portos, a estratégia europeia para o sector, a indústria de cruzeiros, a digitalização, a descarbonização e a promoção da intermodalidade
Para mais informações, consulte o site oficial do Porto Maritime Week 2024, aqui.
Agricultura e Mar