A AJAP – Associação do Jovens Agricultores de Portugal foi a eleições, no dia 21 de Julho, para o triénio 2021/2024. Há mais de 60% de novas entradas nos titulares dos órgãos sociais. Pedro Rei mantém a presidência e André Silva a vice-presidência.
Sustentabilidade na agricultura, digitalização do sector, economia circular, tecnologia de ponta, agricultura biológica, agricultura de precisão, alterações climáticas, inovação, denominações de origem, comércio tradicional e local, E-Commerce, sequeiro, inteligência artificial, regadio, exportações, auto-suficiência alimentar, “são as terminologias que nos temos de confrontar nos próximos tempos, ou seja encontrar os equilíbrios entre modelos e práticas produtivas, o combate à desertificação, o equilíbrio dos ecossistemas e o combate às alterações climáticas”, diz um comunicado da Associação.
O mesmo comunicado realça que “os principais destaques deste importante acto eleitoral prendem-se com a profunda reestruturação operada nos titulares dos órgãos sociais (mais de 60% de novas entradas)”, sem esquecer o empenho de toda a AJAP, “na valorização do sector, e no efectivo reconhecimento de todas e todos os seus actores em Portugal, na Europa, e nos países que falam a nossa língua”, referindo-se aos PALOP — Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.
A nova direcção
Da direcção da AJAP, composta por 5 elementos, apenas o presidente Pedro Rei e o vice-presidente, André Silva se mantiveram. Henrique Silvestre do Vale da Rosa, assume a outra vice-presidência, ocupando o cargo de vogais do mesmo órgão Samuel Pereira de Torres Vedras e André Freitas do Vale do Mondego.
Para a presidência da mesa da assembleia geral, Manuel Castro e Brito (por ultrapassar os 40 anos), foi substituído por Eduardo Almendra, ex-presidente da direcção, a vice-presidência é assegurada pela veterinária Joana Rodrigues, e o secretário do mesmo órgão, fica a cargo de Romeu Sequeira, candidato assumido a presidente da Casa do Douro.
O conselho fiscal é presidido por André Macedo, gestor e jovem agricultor em Braga, e como membros deste órgão, Cátia Pinto, investigadora e secretária executiva do Smart Farm Colab, Hugo Bacalhau da GojiNatur — empresa agrícola da Vidigueira —, José Lebres, vitivinicultor no Douro, e Tiago Caldeira empresário agrícola em Alfândega da Fé.
Para Firmino Cordeiro, director-geral da AJAP, esta é uma composição dos diferentes órgãos sociais, “muito equilibrada, não só pela existência em cada órgão de titulares das diferentes regiões do País, como pelas culturas agrícolas e efectivo pecuário distribuído entre eles, bem representativo das principais culturas agrícolas e efectivo existente no País”.
Políticas
Para a AJAP, “deve imperar o bom senso nas medidas de política a implementar, deve imperar a protecção a sistemas agrícolas mais débeis como se devem apoiar os sistemas agrícolas mais intensivos e produtivistas sem com isso prejudicar os recursos naturais e a sustentabilidade”.
E relembra que o empresário agrícola da região de Beja, Manuel Castro e Brito, “sabe bem os contornos da agricultura de sequeiro que praticava com o seu pai, antes do Alqueva, e da agricultura de regadio em extensas áreas de olival e amendoal que pratica agora com a albufeira em pleno fornecimento de água aos beneficiários”.
Após o acto eleitoral, Manuel Castro e Brito, no seu curto discurso de despedida na qualidade de presidente da mesa da assembleia, abordou a importância da água na agricultura e defendeu que Portugal deve “assumir um forte investimento público na captação da água das chuvas que acabam por correr para o mar, um pouco por todas as regiões do país dadas as características do nosso clima e as alterações em curso”.
Manuel Castro e Brito apelou ainda “à força reivindicativa da AJAP e dos seus associados, nesta e noutras lutas, nomeadamente pela concentração de produções, como forma de alcançarmos melhor posição negocial junto da grande superfície e outros intermediários”.
Agricultura e Mar Actual