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Os Verdes: “pedidos de desculpas na Cimeira da ONU não protegem os Oceanos”

O Partido Ecologista Os Verdes, no dia em que arranca a Conferência das Nações Unidas para os Oceanos, no Parque das Nações, “esperam mais protecção e menos discurso”.

A Conferência das Nações Unidas começou já com um pedido de desculpas do seu Secretário-Geral, Engenheiro António Guterres, escusando-se no facto de a sua geração nada ter feito, ou ter feito muito pouco, para impedir que os Oceanos chegassem ao actual estado de degradação

“Portugal, País costeiro com uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas Mundiais, tem sucessivamente negligenciado uma verdadeira política de salvaguarda e protecção dos nossos mares, tendo levado a cabo opções políticas e definido estratégias de costas voltadas para este mar imenso”, refere um comunicado de imprensa de Os Verdes.

Desde logo, acrescenta, “pela forma como o ordenamento da nossa costa continua a não ter em conta a sua vulnerabilidade, a comprovar pelos inúmeros empreendimentos em projecto ou construção em zonas que deveriam ser de protecção, colocando não só em causa a mitigação às alterações climáticas, como deixando em risco, e em grande vulnerabilidade as populações”.

“Pela continuada ocorrência de focos de poluição diversa, dos micro plásticos às redes de pesca abandonadas, das descargas poluentes dos nossos rios face ao inadequado tratamento de águas residuais, entre tantas outras fontes de poluição”, referem ainda Os Verdes, realçando “pela sucessiva perda de soberania derivada dos acordos comunitários ou de pesca, com repercussões ao nível das competências e responsabilidades no que respeita à exploração, a conservação e à gestão de recursos biológicos do mar”.

O mesmo comunicado realça ainda “a sobrepesca que já se verifica — e que não advém da nossa débil frota pesqueira — a que se sobrepõe o grave aumento do número de espécies marinhas em risco de extinção” e a “forte ameaça de concessão privada de talhões oceânicos para exploração, nomeadamente, dos fundos marinhos e dos seus recursos minerais, através de actividades extractivistas destrutivas sem que se disponha de informação que assegure a aferição clara de tais impactos para a biodiversidade, pelo que avançar para este tipo de actividades resultaria num enorme risco para a já débil saúde dos oceanos”.

Pedido de desculpas de António Guterres

Avança o mesmo comunicado que a Conferência das Nações Unidas “começou já com um pedido de desculpas do seu Secretário-Geral, Engenheiro António Guterres, escusando-se no facto de a sua geração nada ter feito, ou ter feito muito pouco, para impedir que os Oceanos chegassem ao actual estado de degradação”.

“Não deixa de ser curioso este assinalar de falta de atenção de um ex-primeiro-ministro português que teve em mãos a organização da feira mundial Expo 98, cujo tema era precisamente os Oceanos, e que 24 anos volvidos, Portugal com a sua grande ZEE à espera de aumentar para o dobro continue, praticamente, de costas voltadas em termos de combate às alterações climáticas, de melhoria dos meios marinhos de vigilância e protecção dos ecossistemas regulando de forma efectiva a pesca agressiva industrial”, reforçam Os Verdes.

Para o partido, entre as causas de poluição e de declínio dos oceanos, “está a sobrecarga que resulta do turismo massificado, no mar e em terra, ou ainda do insustentável modelo de produção e consumo assente nos descartáveis, os quais requerem muito mais do que metas de médio prazo, são urgentes medidas no imediato, muitas das quais ficarão à margem, tal como os seus efeitos práticos, do fórum de discussão que terá lugar em Lisboa”.

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