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O Mar

Opinião de Francisco de Figueiredo, Jornalista e produtor de conteúdos em Cabo Verde

Começo por responder a uma pergunta colocada por Olugbenga Adesida, consultor no Instituto Pedro Pires para a Liderança em Cabo Verde. E a pergunta é; “Is Tourism The Future Of The Cabo Verdean Economy?”

Eu respondo, se não for o Turismo, é o quê? No imediato, quando o país voltar a abrir as janelas ao mundo, é o que há. Porque de facto, foi o que o país semeou. O turismo representou em 2019 mais de 26% do Produto Interno Bruto de Cabo Verde.

Devemos alargar o âmbito da resposta; É fundamental, imperioso, que Cabo Verde implemente um verdadeiro Plano Estratégico a médio, longo prazo. A dez, vinte anos. Que passa obrigatoriamente pela mudança radical de processos. Na Educação e Formação Profissional, na criação de Emprego, na aposta numa Nova Economia.

Olho para o lado, e vejo Olavo Correia, Ministro das Finanças fazendo as suas contas. Fáceis. Menos com menos, dá mais.

Menos emprego, menos rendimento, mais desigualdade, mais pobreza.

Deixemos o Plano para outras núpcias. Por ora, pegamos no que está mais à mão. Que é óbvio, e no fundo o plano em que o país navega sempre.

O Mar.

Cabo Verde parece ligar-se à Terra… olhando para o Mar. Apesar da reduzida dimensão do território, há mar a perder de vista. Quase 800 quilómetros quadrados de Zona Marítima Económica Exclusiva.

No país, a moeda da economia é o mar. Há uma priorização do Estado para o sector. É pelo menos o que consta do discurso institucional.

A prática, dá ainda sinais muito ténues. A indústria da pesca cresce, e contribui de forma significativa para as exportações. Existe um potencial de negócio incrível, assim o país saiba “pescar” nas suas águas. Lançar a rede a novos investimentos,  e fazer uso da posição geoestratégica no Atlântico.

O mar e a sua economia têm, com a criação de uma nova autonomia no governo do país, um novo impulso, ganham um processo de aceleração.

O ministro da Economia Marítima Paulo Veiga queria, e apesar  de todas as incertezas, deverá continuar a querer dar corpo ao desenho das políticas pensadas. Por certo com rearranjos em consequência da Covid-19. Mais do que nunca. O país precisa, e o mundo também.

Um ministro a tempo inteiro no Barlavento a “olhar” pelo Mar do país.

Há cerca de um ano, com aparente menos capacidade de intervenção, Veiga afirmava; “somos um povo que vive do mar, mas não com o mar “.

No âmbito do Dia Mundial dos Oceanos, e num contexto de mudança de hábitos com vista à preservação dos mares. Desta, será implementado um Plano Estratégico, de Investimentos e de Promoção da Economia Azul.

Há mar e mar. Assim saiba o país “navegar”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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