A Pinhais lança o “Conservas Pinhais Factory Tour”, um Museu-Vivo pioneiro da indústria conserveira, que alia a sua fábrica histórica às suas marcas estratégicas Pinhais e Nuri. A inauguração, em Matosinhos, está prevista para Outubro, num edifício que mantém a traça arquitectónica e que, em 2020, recebeu a classificação de edifício de Interesse Municipal.
Os visitantes poderão acompanhar o processo de produção artesanal da Pinhais, participar em provas de degustação e empapelar a sua própria lata
Este é um projecto “único no panorama do turismo nacional e internacional”, que conta com um investimento de 3 milhões de euros, e “proporcionará uma experiência imersiva sobre todas as fases do processo ao vivo. Delineado para a promoção da comunidade local e do turismo, o projecto da Pinhais, conserveira que no ano passado celebrou o seu centenário, visa contribuir para a preservação e valorização da indústria conserveira de Matosinhos”, refere uma nota de imprensa da empresa.
Além do turismo cultural e histórico, o projecto associa o turismo gastronómico, principal motivo de visita de muitos turistas à região e, dada a presença da Pinhais em diversos mercados internacionais, é esperado ainda interesse de mercados como o austríaco e norte-americano, mas também o espanhol, francês, alemão e italiano.
Com localização na Avenida Menéres, o projecto conta desde o seu arranque com a parceria institucional da Câmara Municipal de Matosinhos. De acordo com a presidente da autarquia, Luísa Salgueiro, “este projecto apresenta características únicas no sector do turismo industrial, será um Museu-Vivo com uma dinâmica muito própria e grande ligação às tradições de Matosinhos. A autarquia entende ser um equipamento estratégico e de grande valia para o desenvolvimento económico da região”.
Dotada de um legado histórico-cultural diferenciador em várias vertentes, arquitectónica, processual e de produto, a instalação de um Museu-Vivo na fábrica Pinhais enquadra-se “nos seus objectivos, valores e missão, permitindo assim salvaguardar e valorizar a memória da indústria conserveira a todos os visitantes, que cada vez mais procuram experiências verdadeiras, que activem os cinco sentidos e que sejam únicas”, acrescenta a mesma nota.
Alvo das intervenções necessárias à requalificação e adaptação, a infra-estrutura centenária do edifício da conserveira de Matosinhos acolherá assim o museu, cuja obra está entregue à Norasil, uma empresa local de Matosinhos.
Viagem à história centenária da Pinhais e da indústria conserveira
Segundo a empresa, o objectivo deste projecto passa por promover a singularidade da experiência da Conserveira Pinhais, através de aspectos distintivos como a manutenção do método artesanal e edifício centenário, características únicas que lhe conferem um carácter histórico, também indissociáveis do espaço onde se inserem.
É neste sentido que o “Conservas Pinhais Factory Tour” está “vocacionado, ou seja, perpetuar um legado e dar a conhecer o património material e imaterial da Pinhais e das suas marcas, das mais antigas às mais notórias”.
Todas as visitas ao Museu-Vivo serão guiadas por mediadores culturais, que levarão os visitantes numa viagem ao passado, às raízes da Pinhais e de todas as suas marcas, nomeadamente a mais internacional, a Nuri.
A visita permitirá conhecer uma das mais antigas fábricas em actividade, conhecendo um espólio diversificado que faz parte da história do processo produtivo artesanal, mergulhar na história da empresa e da indústria conserveira, através de conteúdos digitais exclusivos, e participar no processo de empapelamento (embrulhar as latas segundo as técnicas das artesãs da empresa).
O tour culminará numa “das salas mais imponentes do edifício, com uma prova das iguarias da Pinhais” e ainda na loja, onde se encontram conservas e artigos de coleccionador.
Com o avançar do projecto, ofertas complementares serão integradas na agenda do Museu, como exposições temporárias, serviços educativos e workshops.
Turismo cultural, histórico e gastronómico
Para a empresa, visitar a “Conservas Pinhais Factory Tour” será uma “experiência para todas as faixas etárias e é nesse sentido que o projecto tem sido desenvolvido, para ser inclusivo. Com particular interesse para a comunidade local, até pelo impacto histórico que a Pinhais tem no município, assume-se também como ponto de interesse para a comunidade estrangeira”.
“Se por um lado trata-se de mostrar um legado único de uma indústria muito importante para a Europa, sobretudo durante as duas Grandes Guerras, tendo um impacto socioeconómico muito relevante, por outro pretende evidenciar algo único, autêntico e diferenciador, que um visitante procura quando visita novos países”, acrescenta a mesma nota de imprensa.
“Este projecto que nos permite a comunicação da nossa cultura e herança conserveira é um sonho concretizado para o mais precioso dos nossos activos, as pessoas que aqui trabalharam desde sempre e que compõem a família Pinhais. É também uma homenagem às diferentes gerações da mesma família que marcam o percurso da empresa nos últimos cem anos. Tudo na Pinhais respira autenticidade, tradição e qualidade, desde o edifício histórico, passando pelo método de produção (que se traduz em conservas inigualáveis) e culminando no mais importante, a família das Conservas Pinhais nos seus 146 colaboradores que dominam e preservam vivo um processo artesanal praticamente extinto no mundo”, refere Patrícia Sousa, directora de marketing da Pinhais.
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