O Serviço Municipal de Protecção Civil de Torres Vedras fez um série de recomendações aos agricultores para o novo ano hidrológico, que se está a iniciar. Diz aquele serviço que os agricultores devem acautelar, aquando da preparação dos terrenos, os devidos sistemas de drenagem superficiais, nomeadamente a criação e abertura de valas drenantes em zonas de maior declive, orientadas às curvas de nível e direccionadas a uma regueira de cabeceira.
Ainda no que diz respeito à instabilidade de taludes ou deslizamentos motivados pela perda de consistência do solo, aconselha os agricultores a identificarem os taludes de maior inclinação, onde mais abruptamente pode ocorrer uma ruptura e a observarem o funcionamento das estruturas de escoamento e das estruturas de suporte para a estabilização de taludes (cortinas de cimento, gabiões de protecção, redes de protecção, etc.).
Diz ainda a autarquia de Torres Vedras que se deve prestar especial atenção aos taludes onde ocorreram incêndios florestais que, no caso de perda do coberto vegetal e, consequentemente perda de consistência, estão mais propícios a movimentos de massa.
O Serviço Municipal de Protecção Civil de Torres Vedras faz ainda recomendações quanto à possibilidade de inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais, ao arrastamento para a via pública de objectos soltos e desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas, por efeito de episódios de vento forte, e ainda recomendações relativas a cheias motivadas pelo transbordo do leito de alguns rios.
Lacunas técnicas de preparação de terrenos para efeitos agrícolas
Refere a autarquia de Torres Vedras que se tem constatado de “há alguns anos a esta parte no concelho que as técnicas de preparação de terrenos para efeitos agrícolas têm revelado várias lacunas, designadamente a falta de criação de sistemas de drenagem superficial de águas pluviais. Este facto, associado ao declive dos terrenos, à ocorrência de períodos de chuva intensa e à saturação dos solos, gera instabilidade nas terras e, consequentemente, a ocorrência de deslizamentos nas mesmas”.
Por sua vez, os deslizamentos “vão originar a obstrução das vias de trânsito, impedindo que a circulação rodoviária decorra dentro da normalidade, sendo necessário em alguns casos proceder à interdição total ou parcial das mesmas” acrescenta a autarquia.
Sendo o concelho um território com cerca de 407 km2, o maior do distrito de Lisboa, com uma activa e vasta actividade agrícola/hortícola, “é natural que o risco de deslizamento de terras seja no mesmo elevado, até devido às suas características morfológicas, pelo que se torna fundamental assegurar um conjunto de medidas de precaução por forma a evitar o agravamento deste risco”.
Neste sentido, a Câmara apela aos agricultores a laborar no concelho que assegurem que os trabalhos de preparação do solo decorram de acordo com as boas práticas estabelecidas para os mesmos, tendo especial atenção para a importância da mobilização dos solos ser efectuada segundo as curvas de nível (na mesma cota), e para a criação ao longo do terreno de valas drenantes, direccionadas a uma regueira de cabeceira”.
Pode ler todas as recomendações aqui.
Mais esclarecimentos podem ser obtidos contactando o Serviço Municipal de Protecção Civil de Torres Vedras através do telefone 261 320 764/766, ou do e-mail prociv@cm-tvedras.pt.
Agricultura e Mar Actual