A Leicar — Associação de Produtores de Leite e Carne, sediada em Rates, Póvoa de Varzim, tem marcado para amanhã, 30 de Março, o seu Mercado de Gado. A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim diz que a realização do mercado, que normalmente reúne mais de 300 pessoas e animais, “é contra as recomendações da DGS”.
“O mercado não se realiza desde o dia 14 de Março, mas a Leicar pretende retomá-lo, já a partir de amanhã, mesmo contra todas as recomendações e parecer da Autoridade Local de Saúde Pública”, diz o presidente da autarquia, Aires Pereira.
“Enquanto dirigente e agricultor não sei o que vou fazer”
O agriculturaemar.com tentou, sem sucesso, contactar a administração da Leicar. Mas, segundo avança o MAIS/Semanário, Rui Sousa, administrador da Leicar, adiantou às 13h10 deste domingo que “enquanto dirigente e agricultor não sei o que vou fazer, dado que o Ministério da Agricultura autorizou que seja trabalhada a cadeia alimentar e dentro de um plano de contingência previsto, mas ao contrário recebi um email da Câmara Municipal a não autorizar a realização do mercado”, e reforçou “não sei a quem obedecer”.
Rui Sousa, refere ainda que em caso de realização do mercado de Gado, “no máximo vão estar 50 pessoas num espaço de 3 mil metros quadrados e que de Espanha no limite devem estar presentes 5 pessoas, devendo estar muito menos animais que o habitual”.
Câmara “frontalmente contra”
Mas, Aires Pereira diz que o Município da Póvoa de Varzim “é frontalmente contra a realização deste evento, pelo bem da população e da saúde pública”. E reforça: “Peço-vos que, se for o caso, enquanto possíveis participantes, não o façam, por vocês e por quem vos é mais próximo”.
O presidente da autarquia realça que já alertou “todas as autoridades policiais, mas encontramos dificuldades para efectivar a proibição total do evento, que implica encontro de pessoas e animais, pelo que, peço a todos, e nomeadamente à população de Rates, para tomarem as devidas precauções no sentido de se protegerem, para a eventualidade do evento se vir a realizar”.
Ao MAIS/Semanário, o administrador da Leicar disse ainda que a Leicar e a Leite do Campo “tem um plano interno de contingência desde a passada segunda-feira, apontando que a empresa está “ainda a viver uma situação económica difícil de situações anteriores e sem o mercado de gado e sem actividade não sei como vou pagar salários”.
Agricultura e Mar Actual