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Livre defende salicultura para produção de baterias de ião de sódio em vez de aposta no lítio

Actualmente, as “baterias necessitam de matérias-primas críticas e raras, como o lítio, o que coloca problemas na sua obtenção (…) É pois essencial encontrar alternativas mais sustentáveis e Portugal pode e deve estar na linha da frente desse esforço. (…) as baterias de ião de sódio têm potencial para se tornar numa alternativa sustentável que, não precisando de metais raros, sendo mais seguras e mais baratas, podem responder aos desafios de autonomia estratégica que o País tem pela frente”, considera o Grupo Parlamentar do Livre.

E adiantam aqueles deputados que “o ião de sódio, pela sua abundância — encontra-se, por exemplo, no sal marinho — e facilidade de extracção, garante que o recurso principal para a produção destas baterias está facilmente acessível e em quantidades suficientes para garantir o fornecimento necessário a uma fileira de produção de baterias em Portugal. Mais, a extracção de sódio pode também ser feita em locais onde a concentração de sal seja excessiva, como por exemplo a Ria de Aveiro, tendo assim, a acrescer, um efeito colateral positivo”.

Por isso, o Grupo Parlamentar do Livre recomenda ao Governo que invista na criação de uma fileira de produção de energia renovável e na criação de baterias sustentáveis — programa “Do Sol ao Sal” —, “apostando na investigação e desenvolvimento da transição ecológica e energética, nomeadamente através do apoio à investigação e produção de baterias que não necessitem de matérias-primas críticas e raras, em particular as baterias de ião de sódio”.

Por outro lado, propõe que, “na dimensão europeia, trabalhe junto dos parceiros para a criação de uma rede europeia para a investigação e produção de baterias que não necessitem de matérias-primas críticas e raras, contribuindo assim para a autonomia estratégica de Portugal e da União Europeia e para a preservação dos recursos naturais”.

“Nesta matéria, Portugal não pode ficar para trás. Tendo, por um lado, condições privilegiadas de produção de energia eléctrica verde e renovável e, por outro, uma realidade a que a implantação da indústria extractiva do lítio traria enorme prejuízo, o País tem de ser capaz de ser inovador e de liderar o esforço europeu de transição energética e ecológica, contribuindo de forma activa para o amadurecimento da tecnologia associada às baterias de sódio”, explicam os deputados do Livre, no seu Projecto de Resolução n.º 231/XVI/1.ª, entregue na Assembleia da República.

E realçam que “o armazenamento da energia eléctrica enfrenta sérios desafios, sendo as baterias parte importante da solução, pelo que a investigação e desenvolvimento de novas baterias se torna essencial. Actualmente, estas baterias necessitam de matérias-primas críticas e raras, como o lítio, o que coloca problemas na sua obtenção. No caso português, a extracção de lítio arrisca-se a destruir para sempre paisagens e modos de vida, na região alvo do interesse da indústria mineira e que é reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como Património Agrícola Mundial — a região do Barroso”.

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