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Jerónimo na Ovibeja: “é preocupante a dependência externa do País, particularmente no plano agro-alimentar”

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa, diz que “é preocupante a dependência externa do País, particularmente no plano agro-alimentar”. As declarações foram feiras ontem, 23 de Abril, durante uma visita à 38ª Ovibeja, que se realiza de 21 a 25 de Abril, em Beja, tendo como tema principal “Como Alimentar o Planeta?”. Uma organização da ACOS — Agricultores do Sul.

A Feira foi visitada por uma delegação do PCP, que incluiu o secretário-geral, “numa reafirmação da importância que o PCP atribui à produção nacional, à produção agrícola e, neste quadro, à soberania alimentar”.

Nas declarações proferidas, Jerónimo de Sousa afirmou que, “como é público, o PCP tem vindo a colocar no centro das suas preocupações a dependência externa do País, particularmente no plano agro-alimentar, que se expressa numa balança com um saldo negativo sempre acima dos 3 mil milhões de euros, e, particularmente na dependência de carne de bovino, de batatas e de cereais”.

“Nesta feira queremos, uma vez mais, sinalizar a extrema gravidade da dependência de Portugal no que aos cereais diz respeito, em que o trigo, que é a base da alimentação nacional, tem uma expressão dramática. Uma dependência de 95%”, disse Jerónimo de Sousa.

E realçou que, “se isto é sabido há muito e se tem havido muitos planos e programas, a verdade é que a situação tem piorado a cada ano que passa e não encontra, face à especulação com os preços dos factores de produção, às consequências das sanções por causa da guerra e à própria guerra, uma resposta imediata e eficaz do Governo”.

À espera da electricidade verde

Para o secretário-geral dos comunistas “andamos há 4 meses a ouvir anúncios de medidas e, mesmo sabendo que elas são insuficientes, pode-se dizer que não há uma que esteja já no terreno e tenha chegado aos agricultores. Apenas para dar um exemplo, a electricidade verde, aprovada por proposta do PCP, e que devia estar em concretização desde Janeiro, ainda não entrou em vigor porque falta um despacho do Ministério das finanças”.

Neste quadro, “ontem mesmo [22 de Abril] foram debatidas propostas do PCP na AR que visavam um apoio directo aos agricultores, designadamente ao nível do gasóleo agrícola, com um apoio que garantisse que os agricultores pagariam o mesmo pelo gasóleo que pagavam em Janeiro de 2021 e que visavam o controlo dos preços dos factores de produção. Propostas que foram chumbadas por PS, com o apoio ora do PSD, do Chega, do Iniciativa Liberal e do PAN”.

“Mas como temos dito muitas vezes, é preciso planeamento, assegurando que as melhores terras, beneficiadas por investimentos públicos, são colocadas não ao serviço do lucro de uns poucos, mas ao serviço da alimentação do povo português, apoios ligados à produção, mecanismos de escoamento e aprovisionamento da produção e reforço do Ministério da Agricultura para dar apoio à pequena e média agricultura” acrescentou Jerónimo de Sousa.

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