Os técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE) avançam, no seu Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Outubro de 2024, que a produção vitivinícola foi condicionada por problemas fitossanitários, prendo uma diminuição de 10%, face à vindima de 2023.
“As vindimas decorreram com normalidade ao longo do mês, prevendo-se que terminem em meados de Outubro. De uma forma geral, a campanha decorreu em condições climatericamente adversas, coincidindo as fases de maior vulnerabilidade sanitária das videiras com períodos de precipitação, humidade elevada e calor”, refere o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Outubro de 2024.
E realça que, sob forte pressão de doenças criptogâmicas, sobretudo de míldio (geograficamente generalizado, mas com mais incidência nas regiões vitivinícolas de Lisboa e do Tejo, com ataques tardios sob a forma de Rot Brun de oídio (também com intensidade considerável nas regiões da Bairrada, do Dão e de Lisboa) e das podridões (nas regiões dos Vinhos Verdes e da Beira Interior), o controlo destas doenças não foi, em muitos casos, totalmente eficaz, mesmo com o estrito cumprimento de exigentes calendários de tratamentos fitossanitários.
“Este facto, associado aos estragos provocados pelos escaldões de Agosto e pelos incêndios de Setembro (regiões do Dão, Lafões e dos Vinhos Verdes), contribuíram para uma previsível diminuição da produção (-10%, face à vindima de 2023), que deverá situar-se nos 6,6 milhões de hectolitros”.
Por outro lado, referem os técnicos do INE que, sobretudo na região vitivinícola de Trás-os-Montes, a procura de uvas para vinificar diminuiu significativamente, uma vez que diversas adegas de dimensão considerável ainda possuem grandes quantidades de vinho da campanha anterior armazenado, não necessitando (ou não tendo capacidade) de vinificar este ano. Esta situação contribuiu para que alguns viticultores, sem comprador nem capacidade de transformar a sua produção, não tenham realizado a vindima”.
Pode ler o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Outubro de 2024 aqui.
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