A APIC — Associação Portuguesa dos Associação Portuguesa dos Industriais de Carne enviou uma carta, por email, ao Ministério da Agricultura e da Alimentação a alertar para o novo pré-aviso de greve da função publica, para o dia 18 de Novembro de 2022, que inclui os veterinários oficiais, funcionários da DGAV — Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, que são responsáveis por assegurar os abates e sem os quais os matadouros fecham as respectivas portas, “pois não podem laborar sem a presença de tais inspectores”.
“No caso dos matadouros, este dia reveste-se de maior preocupação, pois trata-se de encontrar soluções não para um dia, mas para três dias, face ao fim-de-semana que se segue”, escreve a APIC na carta enviada, salientando que a greve às horas extraordinárias pelos inspectores da DGAV continua em curso, pelo que, “os operadores económicos continuam sem poder programar abates aos fins-de-semana e feriados de forma ágil, recaindo a gestão de todas as responsabilidades inerentes à greve da função pública, mais uma vez, sobre os nossos estabelecimentos”.
E acrescenta que com a greve prevista para o dia 18, sexta-feira, “não se conseguirá programar abates e nem trabalho consequente de desmancha e embalagem, ficando os matadouros numa posição muito delicada”.
Concorrência espanhola
Para a Associação, “a questão da inspecção sanitária é um problema que se tem revelado irresolúvel, sobre o qual a APIC tem tentado incessantemente junto do Governo obter a resposta adequada, tendo em conta que se trata de uma situação peculiar”.
E sublinha “a concorrência inevitável por parte das empresas espanholas que, facilmente, poderão colocar um camião de carne em qualquer ponto de Portugal a preços mais competitivos, até porque as empresas espanholas não vivem estes bloqueios que as empresas portuguesas sofrem desde há muitos anos”.
Na missiva, a APIC considera que “o tempo para o Governo demonstrar que está do lado de quem produz riqueza está a esgotar-se, entendemos também que está demonstrada a incapacidade pública de manter operacional um serviço de inspecção sanitária que permita a normal actividade dos matadouros sem constrangimentos”.
“O Governo ao não tomar medidas, está a prejudicar gravemente os matadouros portugueses, mas, cremos, não será essa a intenção, não poderemos acreditar que o Governo queira acabar com as empresas portuguesas”. “Será certamente inabilidade e/ou falta de bom senso para serem operacionais e efectivos”, diz a APIC.
A Associação relembra que “estes matadouros não usufruem deste serviço de forma gratuita, muito pelo contrário, pagam a taxa de inspecção sanitária, valor que chega a ser superior a 35.000€ por mês”.
Agricultura e Mar