O primeiro-ministro António Costa reuniu-se com o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, e com o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, em Berlim, para discutir as principais questões políticas europeias e internacionais, designadamente o Conselho Europeu de 20 e 21 de Outubro, a situação na Ucrânia e as interligações energéticas europeias.
No final da reunião, segundo fonte institucional do Executivo, António Costa afirmou que Portugal, Espanha e Alemanha têm “trabalhado para que a França se possa mostrar de novo aberta” à solução do gasoduto entre a Península Ibérica e a Europa Central.
A França, “à volta da mesa do Conselho Europeu não vai, seguramente, querer estar isolada desta posição que é comum”, disse, tanto mais que o Governo francês já teve outra posição.
O primeiro-ministro acrescentou que existem agora “dois novos argumentos” para convencer o presidente francês, Emmanuel Macron, a apoiar o projecto Midcat, o gasoduto que ligue a Península Ibérica ao resto da Europa através dos Pirenéus.
“A infra-estrutura que pode servir para o gás, pode servir também para o hidrogénio verde”, disse António Costa, acrescentado que “até agora, parte importante da Europa, por exemplo, a Alemanha, era abastecida através da Rússia” e agora necessita de soluções alternativas que não a deixem “tão dependentes de um só fornecedor”.
A França seria a “solução natural” de passagem do gasoduto, embora haja “outras soluções mais difíceis e mais caras”, acrescentou.
“A península ibérica tem a capacidade de produzir energia renovável, e em particular, hidrogénio verde, no futuro. Mas também de, pela sua posição geográfica, ser um ponto de descarga de gás natural proveniente dos Estados Unidos, da costa africana, de Trindade e Tobago”, referiu o primeiro-ministro.
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