Bean Ready, uma feijoada vegetariana pronta-a-comer com produtos tradicionais portugueses, venceu a competição nacional de eco-inovação alimentar e vai representar Portugal na competição europeia do prémio Ecotrophelia, na feira SIAL Paris.
Foram ontem revelados os vencedores da Competição Nacional do Prémio Ecotrophelia Portugal, que decorreu no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, promovida pela PortugalFoods em co-organização com a FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares tendo como objectivo estimular a eco-inovação no setor agro-alimentar.
A grande vencedora foi a equipa Bean Ready com uma feijoada vegetariana pronta-a-comer à base de produtos tradicionais portugueses: feijão, cogumelos, couve e enchidos vegetais, acompanhada por arroz Carolino.
Valorização do consumo de leguminosas
O produto aposta na valorização do consumo de leguminosas, no aproveitamento dos recursos endógenos e na adequação de uma refeição tradicional às tendências do mercado. A equipa vencedora do prémio Ecotrophelia recebe 2.000€, a que acrescem 1.500€ de serviços de SenseProfilling da empresa SenseTest e 1.500€ em serviços de consultoria da empresa Market Access, a par de um curso intensivo de inglês pelo British Council.
Terá ainda a grande oportunidade de representar Portugal no Ecotrophelia Europa, que decorrerá em Outubro na SIAL Paris, França, a maior feira de inovação e negócio agro-alimentar da Europa.
Os vencedores
Patrícia Soares, líder da equipa composta por elementos da Universidade Católica Portuguesa (Escola Superior de Biotecnologia) e da Universidade do Minho (Escola de Economia e Gestão), sublinha o sentimento de “enorme orgulho e uma sensação de trabalho recompensado” por conquistarem o primeiro lugar, garantindo que a equipa vai “trabalhar o máximo possível e representar Portugal da melhor maneira e mostrar todo o nosso trabalho”.
Em segundo lugar, ficou a equipa Leguté com leguminosas familiares da dieta tradicional mediterrânica em paté arrecadando um prémio de 1.000€ e, em terceiro lugar, a equipa Os Drechies, que criou um snack salgado feito a partir do dreche, um sub-produto da indústria cervejeira, recebendo um prémio de 500€.
Este produto foi ainda distinguido com o prémio BfK Awards, Born From Knowledge (BfK), um programa de valorização do conhecimento científico e tecnológico promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior através da ANI – Agência Nacional de Inovação, que proporciona à equipa um processo de acompanhamento do projecto, ao longo de 12 meses, pela ANI e a oportunidade de participar na SIAL Paris.
Às três equipas melhores classificadas foi ainda atribuído, pela Patentree, um IP Strategy Voucher, um serviço de diagnóstico e consultoria de Propriedade Industrial aos projectos.
“Largo sucesso”
Chegado o términus da segunda edição do prémio, Deolinda Silva, directora executiva da PortugalFoods, afirma que o sentimento é de “largo sucesso e o balanço muito positivo” por parte de todos os presentes, equipas, estudantes, docentes, investigadores, empresas, e entidades presentes na cerimónia.
Realça ainda, nesta segunda edição, a participação de mais entidades, mais estudantes e de mais geografias representadas, com a presença de instituições de ensino superior de Minho, Porto, Coimbra, Leiria e Beja. Para a organização do Prémio Ecotrophelia, esta competição assume-se como um ecossistema de excelência em eco-inovação, funcionando como incubadora de ideias geradas e alicerçadas no Conhecimento, mas também almejando dar resposta às questões de sustentabilidade e desafios de mercado do sector agro-alimentar.
10 finalistas
Foram dez as equipas finalistas concorrentes, provenientes de 14 instituições de ensino superior de Norte a Sul do País, que apresentaram projectos eco-inovadores de diversas categorias de produtos alimentares.
Os produtos foram avaliados por um júri nacional constituído por diversas individualidades do meio agro-alimentar, nomeadamente Vergílio Folhadela (RAR Holding) – Presidente do Júri Nacional e Embaixador do Prémio Ecotrophelia Portugal, Chef Rui Paula, Ana Machado Silva (SONAE), Bento Amaral (IVDP – Instituto dos Vinhos do Porto e Douro) e Hugo Ramos (Venture Catalysts).
O júri contou ainda com Lorenzo Pastrana (INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia), Mariana Barbosa (APN – Associação Portuguesa de Nutricionistas), Marta Borges (DGAV – Direçao-Geral de Alimentação e Veterinária), Rui Sousa (Market Access), Sónia Meireles (ANI – Agência Nacional de Inovação) e Tiago Brandão (Super Bock Group).
O Prémio Ecotrophelia Portugal conta com o apoio institucional da APCER, da ANI – através do BfK Awards, do British Council e da Câmara Municipal do Porto, e tem como parceiras e membros do Ecotrophelia Guiding Board as seguintes empresas e entidades: Cerealis, Grupo Primor, Novarroz, Patentree, Saborosa, Sense Test, Tété, Vieira, All The Way Travel, CBS, Market Access e SPI.
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