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Eurodeputado do PSD/Açores: “não podemos pedir aos produtores de vinho que comecem a produzir refrigerantes de uva”

“Estamos a colher o que andámos a promover até agora. Ao diabolizarmos o consumo de vinho criámos estas tendências e estamos a diminuir o que defendemos que é o consumo moderado e não podemos pedir agora aos produtores de vinho, que são tão orgulhosos do seu produto, que comecem a produzir refrigerantes de uva. Isto é inadmissível, e é importante que nós tenhamos este cuidado, até para garantir esta continuidade cultural, esta herança que nós recebemos”.

Quem o defendeu foi o eurodeputado do Partido Social Democrata dos Açores (PSD/Açores), Paulo do Nascimento Cabral, numa reacção a uma das medidas apresentadas pelo Grupo de Alto Nível para fazer face à crise no sector, de desenvolvimento e promoção de vinhos com 0% de álcool. E destacou até que, “no caso de Portugal, o vinho e a vinha plantada é até anterior ao próprio conceito de país Portugal”.

Apesar e tudo, Paulo do Nascimento Cabral saudou a apresentação das propostas do Grupo de Alto Nível para o Vinho, pela “necessidade urgente de adopção de medidas concretas para apoiar o sector, num momento em que este enfrenta desafios sem precedentes”, avança uma nota de imprensa do seu gabinete.

Segundo o eurodeputado, “de facto, o sector do vinho está numa verdadeira encruzilhada. No ano passado activámos a reserva agrícola para fazer face às enormes dificuldades que o sector atravessava, e este ano continuamos na mesma linha”.

Durante uma troca de pontos de vista com a Comissão Europeia sobre as recomendações políticas para o futuro do sector vitivinícola da UE, promovida pela Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, Paulo do Nascimento Cabral destacou a relevância económica, social, e cultural do vinho em Portugal, que ocupa uma posição de destaque mundial, referindo ser “o nono país do Mundo com maior área de vinha plantada, o quarto na União Europeia, e o terceiro no mundo com maior variedade de castas, pelo que podem imaginar o impacto que este sector tem no meu país, com mais de mil empresas envolvidas, com 70% das quais PME, e operam fundamentalmente em zonas rurais”.

O deputado ao Parlamento Europeu criticou as tendências e estudos pouco credíveis que têm levado a uma diminuição drástica do consumo de vinho, considerando-os prejudiciais ao sector.

O eurodeputado do PSD destacou ainda a redução de 8% na produção nacional de vinho em relação ao ano anterior, com regiões como os Açores com perdas acentuadas (-54%), a Bairrada (-30%) e o Dão (-24%), sendo considerados “números assustadores”, saudando “a proposta de flexibilidade dada aos Estados-Membros e a constatação de que é preciso um maior financiamento e um financiamento mais robusto para ajudar o sector a fazer este processo de transição”.

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