O estudo “Regadio 20|30 – Levantamento do Potencial de Desenvolvimento do Regadio de Iniciativa Pública no Horizonte de uma Década”, coordenado pela EDIA — Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, considera que “a agricultura intensiva de regadio é perfeitamente compatível com a sustentabilidade dos recursos, tendo-se verificado a existência, nos últimos anos, de uma evolução muito positiva nesse sentido. Haverá que implementar medidas de política no sentido de apoiar e acelerar esta tendência”.
Contudo, realça que “o sector agrícola associado ao regadio deverá apostar cada vez mais em informar e comunicar de forma eficiente e generalizada com a sociedade, divulgando o conjunto de práticas aí realizadas e a importância que as mesmas têm para o desenvolvimento do País”.
Segundo o estudo, que está em consulta pública até ao próximo dia 14 de Janeiro — todos os contributos deverão ser remetidos para pnregadio2030@ma.gov.pt —, todos os regadios nacionais existentes e a construir “deverão munir-se de um Plano de Contingência, devidamente aprovado pelas Autoridades Nacionais com responsabilidades na matéria, de forma a gerir de forma cada vez mais eficaz e atempada a carência da água”.
Aproveitamento energético
Por outro lado, refere o estudo que “uma vez que os sistemas de distribuição com maior eficiência hídrica acarretam (quase) sempre consumos eléctricos assinaláveis, é essencial associar o seu desenvolvimento e reabilitação à produção de energia renovável para autoconsumo. Existem já hoje muitas soluções com vantagens económicas e ambientais claras que podem e devem inspirar a acção imediata”.
Neste âmbito, diz o estudo coordenado pela EDIA, “a instalação de centrais fotovoltaicas pode ser particularmente relevante, seja na resposta aos consumos energéticos da rede primária e secundária, seja na rede terciária do beneficiário, seja ainda nas agroindústrias”.
E salienta que “os novos regadios a beneficiar devem contar sempre com os sistemas mais modernos e eficientes ao nível da distribuição de água e também da eficaz verificação dos volumes distribuídos através de aplicação de sistemas rigorosos de contagem de volumes, idealmente monitorizados através de detecção remota”.
“O desenvolvimento do regadio é essencial para alimentar o Mundo, mas tem que ser feito com o máximo de independência energética e mínimo de impacto ambiental, dentro de uma gestão circular dos recursos da região. Para tal, torna-se inevitável o planeamento e uma análise do mesmo ao nível da Avaliação Ambiental Estratégica”, diz ainda o estudo.
Pode consultar aqui o Estudo “Regadio 20|30”.
Entidades que colaboraram no estudo:
- DRAPN – Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte
- DRAPC – Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro
- DRAPLVT – Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Lisboa e Vale do Tejo
- DRAPALE – Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo
- DRAPALG – Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve
- AGPDR2020 – Autoridade de Gestão do Programa de Desenvolvimento Rural 2020
- IFAP – Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas
- Fenareg – Federação Nacional de Regantes de Portugal
- Autarquias
- Comunidades Intermunicipais
- Associações de Regantes e Beneficiários
- Empresas de Consultoria e Projecto
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