O mercado voluntário de carbono “tem de empurrar a floresta para a biodiversidade e para determinar os projectos que são considerados prioritários”, disse o ministro do Ambiente e da Acção Climática, Duarte Cordeiro, na apresentação do projecto do Mercado Voluntário de Carbono, em Coimbra.
E acrescentou que o Governo quer “que haja projectos em todo o País, mas quer diferenciar aqueles que trabalham nas zonas vulneráveis”. “A boa noticia é que já temos projectos muito concretos para arrancar”.
Para o ministro, “a nossa prioridade são as soluções de base natural. Nós precisamos de apostar na nossa floresta para atingir os objectivos da neutralidade carbónica. Temos estado a trabalhar noutras soluções económicas para a valorização da floresta e em todas elas aparece o tema do mercado voluntário de carbono”.
O mercado voluntário de carbono “é realmente uma oportunidade com a qual queremos atingir vários objectivos: protecção da biodiversidade, desenvolvimento de uma floresta resiliente, melhoria da qualidade da água através da redução da erosão, promoção da qualidade do solo”, acrescentou.
Por outro lado, Duarte Cordeiro disse “acreditar que, através deste mercado voluntário, o País pode também ser uma referência, saibamos nós todos construir os patamares deste mercado”. “Nós queremos ser pioneiros neste processo, mas temos consciência que ele tem de ser evolutivo”, referiu.
Neutralidade carbónica até 2050
Ainda na apresentação do projecto do Mercado Voluntário de Carbono, Duarte Cordeiro referiu que “este projecto, entre outros, contribui para o objectivo de conseguirmos encontrar enquadramento para atingir o objectivo de neutralidade carbónica até 2050”, sublinhando que “não só não temos esse objectivo assegurado como temos um risco: o dos incêndios florestais”.
“O mercado de carbono é uma oportunidade, desde logo, para acrescentar rendimento à fileira florestal, rendimento de curto prazo e que não espere necessariamente pelo ciclo” de crescimento das plantações florestais e da alteração da paisagem, com diversificação das espécies.
O Governo quer “que a regulação da União Europeia contribua para aumentar o grau de confiança dos investidores na floresta, na conservação da natureza, e possa trazer meios adicionais para sectores que, muitas vezes, estão descapitalizados”, acrescentou Duarte Cordeiro.
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