A DGAV – Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária acaba de actualizar as listagens das freguesias que constituem as Zonas de Intervenção Prioritárias (ZIP) para o controlo da doença da flavescência dourada da videira e das freguesias onde o insecto vector Scaphoideus titanus Ball está presente.
Segundo o Despacho n.º 21/G/2017, em resultado dos trabalhos de prospecção entretanto desenvolvidos em 2016, de acordo com o Plano Nacional para o controlo da doença, “verificou-se a necessidade de actualização das referidas listas, pelo que se impõe proceder à publicação de novo despacho com a listagem das freguesias que constituem as zonas de intervenção prioritária (ZIP), que correspondem a áreas do território nacional constituídas pelas freguesias onde são detectadas cepas contaminadas com o fitoplasma de quarentena Grapevine flavescence dorée MLO, e pelas respectivas freguesias limítrofes e não limítrofes que foram abrangidas pelo perímetro definido em informação obtida através do Sistema de Informação da Vinha e do Vinho (SIvv) e que estão sujeitas a medidas fitossanitárias específicas”.
Anualmente, são publicadas, na 2.ª série do Diário da República, as listas de freguesias onde se regista a presença do fitoplasma Grapevine flavescence dorée MLO e do vetor Scaphoideus titanus Ball., através de despacho do director-geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
A doença
O primeiro surto de Flavescência Dourada teve lugar no Sul de França, na década de 50. Actualmente está presente no Norte de Itália, de Espanha, na Sérvia e em Portugal.
A Flavescência Dourada (FD), uma das doenças mais temidas na cultura da videira, pode causar grandes prejuízos nas regiões vitícolas. É uma doença exclusiva da videira e provocada pelo fitoplasma Grapevine flavescence dorée MLO, o qual perturba o funcionamento das plantas, causando grandes perdas de produção e a morte das videiras, sobretudo em castas mais sensíveis, explica a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAP Centro).
A curtas distâncias, o fitoplasma é transmitido através do cicadelídeo Scaphoideus titanus Ball (ST), durante o processo de alimentação do próprio insecto. A longas distâncias, a dispersão faz-se através da utilização de material de propagação vegetativa infectado. Os porta-enxertos, embora normalmente não manifestem sintomas, podem, todavia, ser transmissores do fitoplasma e portadores de ovos do insecto vector.
Adianta ainda a DRAP Centro que em Portugal, o vector da doença Flavescência Dourada, o insecto Scaphoideus titanus Ball (ST), foi identificado em 2000, no Norte de Portugal. Hoje, e desde 2008, estende-se ao Centro de Portugal. Já o fitoplasma causal da doença foi oficialmente detectado em Portugal, em 2006, na Região do Entre Douro e Minho. Desde 2009, o fitoplasma está na Região Centro.
Medidas de controlo obrigatório
É uma doença economicamente grave, para a qual não existem meios de luta directa e, qualquer suspeita da presença da doença em vinhas em produção, viveiros ou vinhas de pés mães, deve ser comunicada aos serviços de Inspecção Fitossanitária.
O fitoplasma responsável é um organismo de quarentena da União Europeia listado na legislação fitossanitária (Directiva comunitária 2009/29/CE) e, como tal, sujeito a medidas oficiais de controlo e de erradicação, obrigatórias, e constantes da Portaria 976/2008 de 1 de Setembro. Sem a aplicação destas medidas destinadas a controlar a sua dispersão, esta doença pode causar a perda total de produção e, até, a morte parcial, ou total, das videiras.
Sempre que for necessário efectuar um tratamento fitossanitário para controlo do vector da doença este deve ser realizado com produtos homologados ou autorizados, e seguindo as indicações dos tratamentos a realizar dadas pelas Estações de Avisos da sua região, sob alçada do SNAA, Serviço Nacional de Avisos Agrícolas.
Pode consultar a listagem aqui.
Agricultura e Mar Actual