Análise SIMA – Sistema de Informação de Mercados Agrícolas
Cereais de Primavera-Verão
O Instituto Nacional de Estatística (INE) estima que a produtividade do milho de regadio poderá registar produtividades historicamente elevadas, um aumento de 5% no rendimento unitário, face a 2020, prevendo-se que alcance as 10,7 toneladas por hectare, ao nível dos mais elevados das últimas três décadas.
No milho para grão de regadio, a colheita das searas mais precoces, de variedades de ciclo mais curto, arrancou no início de Setembro, tendo acelerado o ritmo apenas a partir da terceira semana, estimando-se que no final do mês estivesse colhida entre 10% e 15% da área semeada.
As searas mais tardias, ou de variedades de ciclo mais longo (geralmente mais produtivas), encontravam-se na fase de maturação ou de secagem do grão, com a maioria dos produtores a protelar a colheita até que o milho atinja teores de humidade suficientemente baixos que dispensem a passagem pelo secador antes da armazenagem.
Na semana em análise prosseguiu a campanha de comercialização 2021-2022 de milho nas áreas de mercado Alentejo, Ribatejo e Beira Litoral. A relação procura/oferta, na área de mercado do Alentejo apresentou-se alta/média e o produto com boa qualidade.
Na área de mercado da Beira Litoral, a oferta deste produto continua média/ alta e a procura alta devido às indústrias de rações.
Na área de mercado Ribatejo, o milho forrageiro apresenta boa qualidade e a oferta e a procura são média/alta.
Esta semana as cotações de milho grão forrageiro variaram entre 225€/t e 260€/t e a cotação mais frequente máxima foi de 255€/t.
Arroz
O INE prevê que a produção de arroz na campanha 2021-2022 alcance 153 mil toneladas, correspondendo a um aumento de 15% face à campanha anterior, sobretudo devido ao aumento da área cultivada (retoma do cultivo de cerca de 3 mil hectares de canteiros no Vale do Sado que, na passada campanha e devido a obras de requalificação na infra-estrutura de regadio que os alimentava, não puderam ser explorados).
Verificou-se ainda, de forma transversal às principais regiões produtoras, a presença de infestantes e fungos nas searas de arroz, sendo previsível um impacto negativo no rendimento.
Estima-se que 86% do arroz semeado em Portugal em 2021 foi do tipo Longo A / subespécie Japónica e 10% do tipo Longo B / subespécie Indica.
Nesta semana prosseguiu a campanha de comercialização 2021 – 2022 de arroz Longo A na área de mercado Vale do Mondego. Verificou-se uma oferta alta para uma procura média/ baixa. As cotações nesta nesta área de mercado dependem tanto do mercado interno como do mercado internacional. As cotações variaram entre 340€/t e 360€/t, sendo a cotação mais frequente arroz de 340€/t.
Cereais importados
O saldo comercial e o saldo em volume do mercado do sector de cereais é negativo, ou seja, Portugal é um país importador de cereais e os principais portos de entrada são Lisboa, Aveiro e Leixões.
A Ucrânia, a França, a Espanha e o Brasil são os países origem das maiores importações de Portugal, quer em quantidade, quer em valor monetário.
As cotações de cereais importadas representam a média de preços do cereal descarregado ponderados pelo respectivo volume.
Na semana em análise as cotações dos cereais importados foram as seguintes:
No primeiro semestre de 2021, o deficit de Portugal em cereais aumentou em 33% em volume, em relação ao período homólogo do ano 2020.
No primeiro semestre de 2021, o deficit de Portugal em cereais aumentou em 37% em volume, em relação ao período homólogo do ano 2020, cifrando-se em cerca de 340 milhões de euros.
Todas as cotações aqui.
Agricultura e Mar Actual