O futuro do mercado das matérias-primas agrícolas é um dos temas centrais do XIII Congresso Nacional do Milho, que se realiza a 23 e 24 de Março, no CNEMA — Centro Nacional de Exposições, em Santarém, numa conjuntura de preços altos e forte pressão sobre os stocks mundiais de cereais devido à guerra na Ucrânia.
A organização, a cargo da Anpromis – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo, garante já a presença de 600 produtores de milho.
“A disrupção das cadeias de abastecimento tem-nos demonstrado quão arriscadas e levianas são as políticas de total dependência do livre comércio mundial e do desmantelamento dos sectores primário e secundário na Europa. Portugal pode e deve inverter esta realidade, assim haja vontade política. Nós produtores estaremos cá para cumprir a nossa missão de alimentar os nossos concidadãos, mas temos de ter condições para cumprir este desígnio”, afirma Jorge Neves, presidente da Anpromis.
Impacto da guerra na Ucrânia
Um analista do Rabobank é o orador principal do painel de debate sobre as perspectivas futuras dos mercados das matérias-primas, ajudando a compreender os efeitos da guerra no abastecimento e nos preços dos cereais (milho e trigo), que esta semana cotaram 35% acima do nível registado imediatamente antes da invasão russa à Ucrânia.
Estimativas recentes da FAO indicam que 20% a 30% da área de trigo, milho e girassol poderá não ser semeada este ano na Ucrânia devido à guerra e à dificuldade dos agricultores em comprar gasóleo e outros factores de produção.
A Ucrânia é responsável por 14% das exportações mundiais de milho e o primeiro fornecedor de milho a Portugal. De um total de 2,113 milhões de toneladas de milho importadas por Portugal, em 2021, 796.876 toneladas tiveram origem na Ucrânia.
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