A apresentação do projecto “Info-Risk: Informar sobre os riscos associados às alterações climáticas no Alto Minho”, do qual a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho) é a entidade promotora, teve lugar ontem, dia 26 de Janeiro, no edifício Villa Moraes, em Ponte de Lima.
Co-financiado pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), este projecto, dirigido à população em geral, tem como finalidade informar sobre os riscos potenciados pelas alterações climáticas no território do Alto Minho, pretendendo descodificar o conhecimento técnico, transformando-o em informação acessível e perceptível a todos, para que fiquem capacitados para actuar enquanto agentes de mudança no actual contexto de emergência climática, explica aquela Comunidade Intermunicipal em nota de imprensa.
“Esta questão das alterações climáticas não é algo que está para vir, é algo que já se sente à escala global, mas também à escala local. No Alto Minho temos vindo a trabalhar estas questões, com o propósito de aumentar a resiliência do território a este fenómeno, intervindo numa lógica, quer de mitigação, quer de adaptação, sensibilizando as pessoas, particularmente as camadas mais jovens, para a necessidade de alterar comportamentos a fim de atenuar essas alterações e minimizar os impactes adversos que lhes estão associados” referiu Bruno Caldas, primeiro secretário da CIM Alto Minho.
Escolas do ensino básico serão um dos públicos-alvo
As escolas do ensino básico do Alto Minho serão um dos públicos-alvo visados por este projecto, sendo a intenção da CIM Alto Minho, ao abrigo do mesmo, trabalhar a temática do “risco” numa óptica de sensibilização ambiental para que, de alguma forma, as crianças não só sejam alertadas para a ocorrência do “risco”, mas, sobretudo, para que percebam qual a sua correlação com as alterações climáticas e para que tenham consciência do importante papel que detêm, não só enquanto agentes de mudança mas também enquanto veículos de excelência para a disseminação de informação.
Neste sentido, já foram produzidos os conteúdos que serão utilizados, numa fase subsequente, nas acções-piloto que irão ser promovidas em contexto escolar, nomeadamente, a criação de um IBook, que servirá como material pedagógico para os professores e que, à data, já se encontra disponível para acesso comum no site da CIM Alto Minho.
“Vamos também fazer algumas acções de capacitação dirigidas aos docentes e aos técnicos municipais que trabalham na área da sensibilização ambiental, para que possamos apresentar-lhes o “nosso” IBook e sugerir formas para que estes o explorem, em contexto de sala de aula, juntos dos alunos do ensino básico, para que depois esses mesmos alunos possam levar a mensagem para casa, sensibilizando, também, a comunidade que os rodeia” explica Sandra Estevéns, técnica de Ambiente da CIM Alto Minho.
Acções de capacitação
A par disso, também vão decorrer acções de capacitação dirigidas aos agentes territoriais. É o caso do seminário “Alto Minho: Consciencializar para saber actuar”, que decorreu após a apresentação do projecto aos órgãos de comunicação social e que teve como principal objectivo capacitar a população em geral, reforçando a capacidade de comunicação e disseminação de informação sobre os riscos associados às alterações climáticas no Alto Minho.
Este seminário, que contou com cerca de 70 participantes, foi moderado por Bruno Caldas e contou com os testemunhos de Joaquim Mamede Alonso, docente/investigador da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima (ESAPL/IPVC); Sónia Almeida, administradora-delegada da ADERE – Peneda-Gerês; Ricardo Carvalhido, investigador associado do Centro de Ciências da Terra da Universidade do Minho; e Sandra Estevéns que, durante mais duas horas, afloraram a temática dos riscos potenciados pelas alterações climáticas na óptica das ciências da terra, das ciências da vida e da vida das gentes.
Para além do enquadramento e propósito deste projecto, foi reforçada a importância do indivíduo, enquanto agente de mudança; da eficiência do uso dos recursos (água, matéria e energia), enquanto garantia da sustentabilidade e resiliência do território; e da valorização dos serviços de ecossistemas, enquanto indutores de uma maior coesão, equidade e competitividade territorial.
No seminário, foi ainda reforçada a importância de recuperar boas práticas que, por este ou aquele motivo, foram caindo em desuso mas que são exemplos de respeito pelo tempo, pela natureza, pelo clima e pelo próximo.
Questões relacionadas com a segurança alimentar, a qualidade do vinho verde, o abandono dos territórios de montanha e a perda de biodiversidade foram alguns dos aspectos críticos salientados, enquanto a digitalização, a economia circular e a sensibilização ambiental, principalmente das camadas mais jovens da população, foram destacadas como oportunidades a potenciar.
Em paralelo, esteve patente nas instalações da Villa Moraes a exposição interactiva Info-Risk, produzida também ao abrigo deste projecto, e que será objecto de itinerância pelos dez municípios que integram o território do Alto Minho, entre Fevereiro e Abril de 2022.
Agricultura e Mar Actual