Em meio século, mais de metade da floresta de pinho desapareceu em Portugal. Por isso, o Centro Pinus — Associação para a Valorização da Floresta de Pinho apresentou medidas para reverter esta tendência de decréscimo e cumprir as metas da Estratégia Nacional para as Florestas.
Dizem os responsáveis pela Associação que “para reverter a situação de declínio do pinhal-bravo é necessário um investimento de 564 milhões de euros nos horizontes temporais 2021-2017 e 2028-2034”.
As medidas foram anunciadas durante o Pinus Webcast “2034: Investir para Mudar a História do Pinheiro-bravo”, no dia 5 de Junho, na plataforma Zoom, que pode rever aqui.
Quando é crítico o desenvolvimento de estratégias de recuperação económica, o Centro Pinus alerta para a reorganização mais eficaz dos fundos europeus de investimento no sector, através de uma reorganização da Política Agrícola Comum (PAC) pós 2020, na tentativa de reforçar as verbas para o investimento no pinheiro-bravo em Portugal.
Pinus Webcast
Durante a intervenção de um dos oradores convidados, Hugo Costa, do GPP — Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral, foi possível compreender melhor o longo e complexo processo de negociação da PAC pós 2020 e alguns dos desafios de base como o facto de as áreas de maior risco de incêndio coincidirem com áreas privadas de muito pequena dimensão.
Hugo Costa partilhou algumas das reflexões que influenciam a tomada de decisão num processo como a formulação de um programa financeiro como o PDR e a dificuldade de conciliar aspectos como uma maior ambição climática ambiental com recursos limitados, reconhecendo a pertinência das medidas que o Centro Pinus acabou de apresentar.
Apenas 5,1% do PDR 2020 para o pinheiro-bravo
A iniciativa do Centro Pinus “foi bastante relevante na medida em que se estima que haja apenas um investimento de 5,1% do PDR 2020 para o pinheiro-bravo. Recordamos que no último programa equivalente, o Proder, apenas 1% das áreas florestais com apoio à gestão eram compostas pelo pinheiro-bravo. Para reverter a situação de declínio do pinhal-bravo é necessário um investimento de 564 milhões de euros nos horizontes temporais 2021-2017 e 2028-2034, para atingir a meta mínima da Estratégia Nacional para as Florestas de 727.000 hectares de pinheiro-bravo.
Propostas
O Centro Pinus propõe assim várias intervenções: reforçar a remuneração dos serviços ambientais fornecidos por esta espécie, apoiar os proprietários florestais em microfúndio e minifúndio; investir na gestão activa das áreas florestais através de um investimento integrado.
“Assim, todos os proprietários de áreas de pinheiro-bravo poderiam ter uma gestão mais eficaz das suas áreas com apoios, e todos juntos, conseguirem reverter a actual tendência de redução de área de pinhal-bravo”, dizem aqueles responsáveis.
“A motivação dos proprietários para a gestão florestal em minifúndio, que, por vezes, tem sido pela negativa (por exemplo, as multas pela falta de limpeza de terrenos), tem de dar lugar à motivação pela positiva, trazendo benefícios e uma melhor floresta para todos”, segundo João Gonçalves, presidente da direcção do Centro Pinus.
Agricultura e Mar Actual
Como é que alguém poderá equacionar plantar pinheiro bravo? O nemátodo, na zona de Águeda, está a acabar com os que os fogos ainda não atingiram 🙁