A CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal aconselha a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, a “anunciar menos, e cumprir mais”. Isto porque “confirma que, à data de hoje [30 de Junho], voltou a verificar-se um incumprimento da palavra dada pela ministra da Agricultura no que respeita ao pagamento antecipado de 500 milhões de euros relativamente ao Pedido Único (PU). A ministra havia-se comprometido, no passado dia 21 de Abril, a liquidar esta verba até ao dia 30 Maio”.
Em comunicado de imprensa, a CAP refere que a ministra “faltou à palavra dada pela primeira vez quando, no final de Maio, mais de um mês após o anúncio desta garantia, falhou o prazo para fazer chegar o dinheiro prometido, e devido, aos agricultores. Faltou à palavra dada pela segunda vez hoje, mais 30 dias decorridos sobre a data de fim de Maio. Junho chegou ao fim, os pagamentos prometidos não chegaram e os agricultores esperam… e desesperam”.
“Sem tesouraria, com empréstimos bancários contraídos a correrem juros, com compromissos assumidos junto de fornecedores, e sem qualquer previsão credível da data dos pagamentos, os agricultores portugueses foram enganados duas vezes e estão numa situação complicadíssima e desesperante”, reforça o mesmo comunicado.
“Estado não perdoa atrasos nos pagamentos”
Salienta a Confederação que “o Estado não perdoa atrasos nos pagamentos que lhe são devidos. Quando um contribuinte não cumpre um prazo de pagamento é penalizado. E bem. Quando um governante incumpre com um prazo de pagamento, nada acontece, a não ser para o beneficiário desse pagamento que continua a ser penalizado”.
Para a CAP, esta “é uma situação profundamente injusta, que desgasta os agricultores que estão já a ser muito penalizados pelo actual contexto de seca, de escalada brutal dos preços dos combustíveis e da energia, da subida vertiginosa dos preços das matérias primas e dos fertilizantes e de um fosso de perda de competitividade face a Espanha que se alarga a cada dia que passa”.
“Este tipo de anúncios que depois não são cumpridos defraudam expectativas e complicam ainda mais a vida a todo o sector”, diz ainda a CAP, exigindo “verdade e honestidade nas promessas e nos anúncios que são feitos pelo Governo. Há que respeitar a palavra dada. Há que respeitar os agricultores”.
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