O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, presidiu hoje, 24 de Janeiro, à cerimónia de inauguração do novo radar meteorológico do IPMA — Instituto Português do Mar e da Atmosfera, localizado em São Miguel. Com este investimento, na criação de dois radares, um na Ilha de São Miguel e outro na Ilha das Flores, que totaliza cerca de cinco milhões de euros, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), é assim completada a cobertura meteorológica da totalidade do território nacional, avança uma nota de imprensa do Executivo açoriano.
José Manuel Bolieiro destacou que os novos radares representam “o que de mais sofisticado existe na Europa e no Mundo”. Segundo o presidente do Governo, a Região passa assim a dispor de três radares meteorológicos, permitindo uma informação “mais fidedigna” e contribuindo para que os Açores sejam “cada vez mais preventivos” na resposta a fenómenos meteorológicos adversos.
“Este é um momento em que passamos das palavras à acção, concretizando uma antiga ambição da Região, em parceria com o IPMA. Trata-se de um passo essencial para a segurança das populações e para a vigilância atlântica, reforçando a nossa capacidade de previsão e mitigação dos riscos”, afirmou José Manuel Bolieiro.
Os novos sistemas de radar são do tipo Doppler da Banda C, com tecnologia de polarização dupla, e serão complementados por duas estações meteorológicas e dois detectores de descargas eléctricas localizados nos aeroportos de São Miguel e das Flores. O equipamento permitirá melhorar a vigilância meteorológica no Atlântico, essencial para a navegação marítima e aérea, e para a previsão de curto prazo, ou ‘nowcasting’, até três horas, acrescenta a mesma nota.
Observatório Climático do Atlântico
Na mesma ocasião, foi firmado um protocolo entre o Governo dos Açores e o IPMA para a criação do Observatório Climático do Atlântico (OCA), a instalar na Região. Este projecto, avaliado em cerca de dois milhões de euros, é co-financiado pelo Governo dos Açores e visa recolher dados atmosféricos fundamentais para o estudo das alterações climáticas no Atlântico, incluindo a monitorização de gases com efeito de estufa.
O líder do executivo açoriano classificou a assinatura do protocolo como “um momento histórico, não só para os Açores, mas para Portugal e o relacionamento transatlântico entre a Europa e a América”, e sublinhou ainda que a iniciativa é “uma referência que olha mais para o futuro do que para o passado”.
A cerimónia, realizada no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada, contou com a presença de várias personalidades, entre as quais a secretária de Estado do Mar, Lídia Bulcão, o presidente do IPMA, José Guerreiro, e o director Regional do IPMA nos Açores, Carlos Ramalho.
Com este duplo avanço – o reforço da rede de radares e a criação do Observatório Climático –, “os Açores consolidam o seu papel estratégico na monitorização meteorológica e climática, assumindo-se como um ‘pivot’ crucial no Atlântico”, realça a mesma nota.
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