Manuel Laureano, membro da direcção da Anseme — Associação Nacional dos Produtores e Comerciantes de Sementes, afirma que “o objectivo das empresas é encontrar soluções que respondam às necessidades dos agricultores e o meio que têm de responder a essas necessidades é o melhoramento”. O problema, advertiu, é que “o tempo que demora a fazer melhoramento convencional não se compadece com a velocidade a que precisamos de aplicar essas soluções. A necessidade surge hoje, mas a solução só surge daqui a 8 ou 10 anos. É muito importante conseguir encurtar esse tempo”.
Manuel Laureano falava na primeira mesa redonda, dedicada ao tema “O papel das NTG no melhoramento de Plantas”, no Simpósio Semente & Biotecnologia – Da Inovação à Sustentabilidade, que a Anseme e o CiB – Centro de Informação de Biotecnologia realizaram no dia 27 de Janeiro, no Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra.
Aquele responsável respondia assim à pergunta de Pedro Fevereiro, director executivo do InnovPlantProtect (InPP), que teve a seu cargo a moderação da mesa redonda. Pedro Fevereiro quis saber como é que as empresas produtoras de sementes vêem o desenvolvimento destas tecnologias e a sua aplicação ao melhoramento e à produção de novas variedades. Também perguntou se a hesitação da União Europeia na adopção desta tecnologia prejudicará as empresas de produção e comercialização de sementes.
Manuel Laureano lembrou ainda um estudo realizado pela Euroseeds que mostra que, nos últimos 20 anos, o melhoramento foi responsável pelo aumento médio da produtividade de 1.2/ano. “Se este aumento de produtividade não tivesse acontecido, a Europa tinha-se tornado num importador de cereais. Segundo o mesmo estudo, para alcançar a mesma produtividade sem melhoramento tínhamos que abrir 22 milhões de hectares. Para mim, a questão fundamental é o tempo”, acrescentou.
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