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CropLife Europe: NTG na Directiva dos OGM levou a “redução dos projectos de investigação” na UE

A regulamentação actual das Novas Técnicas Genómicas (NTG) “já exerce um impacto na inovação muito grande”. Desde que o Tribunal de Justiça Europeu colocou as NTG na Directiva dos OGM (Organismos Geneticamente Modificados), “houve imediatamente uma redução dos projectos de investigação que estavam a surgir na União Europeia (UE)”, afirma Priscila Jacobitz, gestora dos assuntos governamentais da CropLife Europe, associação que representa as empresas europeias de biotecnologia.

E no futuro, Priscila Jacobitz garante que “o impacto será maior, porque haverá pouca investigação na UE, haverá uma ausência quase total do plantio (actualmente, na Europa, só Portugal e Espanha produzem OGM e apenas uma variedade), e o custo de acesso à tecnologia será muito alto para os pequenos produtores (os produtos que hoje beneficiam dessa tecnologia são a soja, milho e algodão, para os quais existe um mercado global)”.

Priscila Jacobitz falava na primeira mesa redonda, dedicada ao tema “O papel das NTG no melhoramento de Plantas”, no Simpósio Semente & Biotecnologia – Da Inovação à Sustentabilidade, que a Anseme e o CiB – Centro de Informação de Biotecnologia realizaram no dia 27 de Janeiro, no Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra.

Uma mesa redonda cuja moderação esteve a cargo de Pedro Fevereiro, director executivo do InnovPlantProtect (InPP), que quis saber por que razão a UE avalia o produto de acordo com a tecnologia aplicada e não de acordo com as características do produto final e, por último, como é que vamos continuar a promover a inovação nesta área se a Europa não conseguir acompanhar a regulamentação que já existe noutros países terceiros.

À primeira pergunta, a gestora dos assuntos governamentais da CropLife Europe respondeu que “essa é a questão do milhão de dólares”. Para a indústria e para a ciência, Priscila Jacobitz disse que “essa seria a forma mais coerente de ter uma legislação que garante segurança (humana, animal e ambiental) e transparência, porém seria uma mudança muito grande em relação ao quadro regulatório actual. Há uma distância muito grande entre o que faz sentido do ponto de vista da ciência e o que pode ser feito a nível político. O debate é muito técnico e o processo de aceitação pública leva tempo. É por isso que as mudanças legislativas são pequenas e progressivas, não acontecem ao ritmo que a ciência gostaria”.

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