A Anipla — Associação Nacional da Indústria para a Protecção das Plantas reuniu ontem, 1 de Março, o sector agrícola para a primeira edição das Jornadas de Homologação de Produtos Fitofarmacêuticos, que decorreu no auditório da DGAV – Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, em Oeiras.
A indústria dos pesticidas está preocupada com a retirada se soluções para a protecção das culturas agrícolas. No encontro, a Direcção de Agricultura e Veterinária mostrou-se também preocupada com os problemas que “sabe estarem a causar grande desconforto no sector”.
A iniciativa da Anipla teve como objectivo principal a criação do espaço e tempo para que o sector agrícola, a indústria fitofarmacêutica, a DGAV e organizações de produtores, pudessem reflectir, em conjunto, sobre as ferramentas disponíveis para proteger as produções agrícolas nacionais.
80 representantes de vários sectores
Dividida em dois painéis, “Avaliação e Autorização” e “Soluções Fitossanitárias”, a sessão contou com cerca de 80 representantes do Ministério da Agricultura, da indústria e de associações de produtores de vários sectores, desde o vinho ao azeite, passando pelas frutas, hortícolas e cereais, todos unânimes na partilha da sua preocupação com a necessidade de se anteciparem soluções para fazer face aos desafios actuais e futuros.
No primeiro painel dedicado ao tema “Avaliação e Autorização”, a Anipla e a DGAV fizeram uma análise da situação actual e projecção futura no que respeita à avaliação e autorização de soluções fitofarmacêuticas a nível nacional.
No segundo painel, a participação de produtores agrícolas permitiu que fossem partilhados detalhes da experiência prática de quem lida diariamente com as alterações climáticas, as infestantes, as pragas e as doenças das culturas.
Exemplos práticos
A experiência e o exemplo prático de alguns dos problemas e desafios característicos de determinadas culturas, foram revelados por Anabela Nave, João Coimbra e João Santos Silva, representantes, respectivamente, das organizações de produtores de vinho (ADVID), cereais (ANPROMIS) e do tomate (CCTI), que integraram os oradores do segundo painel “Soluções Fitossanitárias”, onde foram abordados temas como as finalidades mal cobertas, as resistências, a diminuição de soluções, os usos menores, as novas ameaças, entre outros.
Para o director executivo da Anipla, António Lopes Dias, “estas jornadas têm como objectivo ser um momento positivo e de força para o sector, onde podemos pensar em alternativas e recordar passos importantes para serem disponibilizados aos produtores agrícolas portugueses soluções práticas e realistas, que permitam o combate aos problemas que todos os dias assolam as suas explorações”.
Continuar a acreditar na ciência
No entanto, acrescenta aquele responsável, “foi também um momento de reflexão importante, onde ficou evidente que temos de continuar a acreditar na ciência para podermos produzir com qualidade, em quantidade e segurança”.
Na abertura da sessão, a sub-directora da Direcção de Agricultura e Veterinária, Ana Paula Carvalho, mostrou-se confiante no trabalho desenvolvido em Portugal, mas preocupada com os problemas que sabe estarem a causar grande desconforto no sector.
Para aquela dirigente “é determinante haver uma aposta eficaz na inovação para a protecção das culturas – procurando soluções que permitam aos produtores portugueses combater eficazmente as pragas e as doenças na produção agrícola”.
Relatório de controlo de pesticidas
Recorde-se que no passado dia 27 de Fevereiro a DGAV divulgou os resultados do Relatório de Controlo de Resíduos de Pesticidas em 2016 (consultar aqui), com dados positivos para o sector agrícola, que tem procurado, através da formação e da partilha das melhores práticas, ser cada vez mais eficiente.
O referido relatório revelou que 98,3% das amostras analisadas não apresentavam resíduos ou apresentavam resíduos inferiores aos Limites Máximos de Resíduos (LMR) definidos por lei.
Ver também:
Apenas 6 amostras vegetais ultrapassaram limites máximos de resíduos de pesticidas
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