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Anapo: pintainhos machos são abatidos com recurso a CO2 e servem de alimentação a outras espécies animais

O presidente da Anapo — Associação Nacional dos Avicultores Produtores de Ovos, Paulo Mota, garante que “actualmente há apenas duas empresas a incubar ovos para multiplicação de galinhas poedeiras, em ambos os casos, os machitos são abatidos através de um processo indolor com recurso a CO2”.

Em declarações à Revista Agricultura e Mar, Paulo Mota reage assim ao Projecto de Lei 869/XV/1 da deputada única do PAN – Pessoas-Animais-Natureza, Inês de Sousa Real, que defende o “fim do método do abate por trituração de pintainhos machos”, assim como “o fim da maceração, electrocussão, esmagamento, asfixia ou outros métodos similares de occisão de pintos machos e demais aves”.

Adianta o presidente da Anapo que “posteriormente, são congelados e encaminhados para alimentação de outras espécies animais, nomeadamente espécies que habitam jardins zoológicos e para falcoarias, principalmente existentes no médio oriente, nos falcões. Desta forma, os machos servem um propósito e não são descartados ou mesmo um subproduto”.

Alternativas ao abate

Para Paulo Mota, “a alternativa ao abate seria a criação dos machos e a sua utilização, tal como acontece actualmente, como alimento para outras espécies animais, neste caso para alimento de animais de companhia”, recordando que “as aves de vocação ovopoiética, ou seja, para produção de ovos, têm um desenvolvimento muito lento, enquanto as aves de vocação creatopoiética, para produção de carne, têm índices de conversão mais interessantes, logo produzem carne a preço mais acessível”.

“Tendo em conta as actuais tendências de produção, a carne proveniente de aves melhoradas geneticamente para produção de carne é mais sustentável, pelo contrário, caso se venha a proibir o abate de machos, a produção deste tipo de carne, ou mesmo da produção de ovos, torna-se menos sustentável, um percurso inverso áquilo que se tem vindo a fazer”, frisa o presidente da Anapo.

Quanto à tecnologia de sexagem in-ovo, também defendida pela deputada do PAN, Paulo Mota explica que existe no mercado, no entanto, “esta tecnologia é dispendiosa, morosa e com elevada necessidade de mão-de-obra para a operar, logo, caso viesse a ser utilizada, contribuiria significativamente para o acréscimo de custo de produção dos ovos de consumo, por outro lado, esta tecnologia ainda não é 100% eficaz na identificação dos machos”.

Agricultura e Mar

 
       
   
 

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