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Agricultores de Portalegre consideram restrição de apoios agroambientais “absurda”

A AADP — Associação dos Agricultores do Distrito de Portalegre considera um “absurdo” a decisão do Governo de restringir os apoios às medidas agroambientais a uma medida por beneficiário até ao próximo quadro de fundos comunitários.

A presidente da Associação, Fermelinda Carvalho, garante que  vai enviar uma carta à ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, para demonstrar o seu descontentamento “em relação à falta de diálogo” com as associações do sector. “Na carta vamos dizer que lamentamos que tenhamos sido confrontados com isto sem qualquer aviso prévio e que não aceitaremos esta medida e esta redução aos agricultores, quando os agricultores de Portugal, comparados com outros da Europa, são os que menos recebem”.

“Isto é um absurdo, isto nunca aconteceu, não houve uma reunião com as confederações ou com as associações a explicar isto previamente. Sai isto assim à má fila”, disse Fermelinda Carvalho à Lusa, acrescentando que há agricultores que são actualmente “abrangidos por quatro ou cinco medidas agroambientais” e esta “decisão disparatada” do Ministério da Agricultura pode levar agricultores, dependendo dos casos, “a perder 30% das ajudas que recebem”.

Pedido Único

Na segunda-feira, em comunicado, o Ministério da Agricultura anunciava estar “garantida, a todos os agricultores, actualmente com compromissos de natureza agroambiental, a possibilidade de, no Pedido Único de 2020, solicitarem a ajuda correspondente à sua prorrogação para uma medida/operação por beneficiário”(ver aqui).

Os agricultores, que sejam actualmente beneficiários de mais do que uma medida/operação, poderão escolher a medida/operação em que pretendem assumir a prorrogação do seu compromisso agroambiental, acrescenta o mesmo comunicado.

Mas, a presidente da Associação dos Agricultores do Distrito de Portalegre afirmou-se “surpreendida”, considerando que a decisão “tem de ser reversível”. “Isto não pode ser, isto não existe e nós vamos usar todos os meios para combater isto, lutaremos até às últimas consequências”, garantiu Fermelinda Carvalho.

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