O eurodeputado do Partido Social Democrata dos Açores (PSD/Açores), Paulo do Nascimento Cabral, considera que o “preço nas prateleiras dos supermercados está demasiado distante daquilo que os agricultores recebem”.
No âmbito da apresentação e debate da Comunicação da Comissão Europeia intitulada “Visão para a agricultura e o sector alimentar: construir juntos uma agricultura e um sector alimentar da UE [União Europeia] atractivos para as gerações futuras”, que decorreu em Estrasburgo, com a presença do Comissário Europeu para a Agricultura e Alimentação, Paulo do Nascimento Cabral sublinhou que a Visão agora apresentada “colocou por escrito o que nós no PSD, e os agricultores lá fora tanto têm defendido. Finalmente fomos ouvidos”.
O eurodeputado reiterou a importância de se reforçar o orçamento da Política Agrícola Comum (PAC), pois “a agricultura é também coesão, segurança e defesa. De que vale termos território se não o desenvolvermos, ou exércitos se não os conseguirmos alimentar e dependermos de países terceiros?”, realça uma nota de imprensa do gabinete de Paulo do Nascimento Cabral.
O eurodeputado açoriano saudou ainda a Estratégia para a Renovação Geracional, alertando para o preocupante envelhecimento do sector agrícola, referindo que “a idade média de um agricultor na UE é de 57 anos. Em Portugal, é de 64. Daqui a 5 ou 10 anos, quem é que irá produzir o que nós comermos?”.
Paulo do Nascimento Cabral defendeu igualmente “que é crucial preservar os dois pilares da PAC e reforçar a transparência na formação dos preços”, assim como uma “repartição justa do valor ao longo da cadeia de abastecimento alimentar”, afirmando que “o preço nas prateleiras dos supermercados está demasiado distante daquilo que os agricultores recebem”.
Resiliência hídrica
Outro dos temas que o eurodeputado do PSD destacou foi a resiliência hídrica, mencionando Portugal como “um excelente exemplo” com o seu “plano de acção “A água que une”, com mais de 300 medidas é um investimento de 5 mil milhões de euros. Reforçou ainda a necessidade de “simplificação, a substituição das obrigações por incentivos, a digitalização e a inovação, a promoção dos produtos agrícolas e a reciprocidade, a saúde mental dos agricultores”, entre outros, como “uma nova esperança para os agricultores”.
A concluir a sua intervenção, Paulo do Nascimento Cabral enalteceu a defesa dada pelo Comissário à agricultura das Regiões Ultraperiféricas e ao programa POSEI, destacando que “precisa ser reforçado e atualizado. As Regiões Ultraperiféricas enfrentam desafios únicos e contam com o seu apoio”.
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