O tomate para a indústria foi afectado pela precipitação de Abril/Maio, estimando-se que ¼ da área tenha sido plantada ao longo do mês de Junho. Estas chuvas, para “além de atrasarem a instalação desta cultura e prolongarem o calendário cultural para o mês de Outubro (com os riscos associados à maior instabilidade climatérica na colheita), provocaram um desenvolvimento menos vigoroso das plantações mais precoces, que apresentam uma quantidade regular de frutos com calibres pequenos”, dizem as Previsões Agrícolas publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Apesar do aspecto geral dos povoamentos mais tardios ser consideravelmente melhor, em especial no Alentejo, prevê-se um decréscimo de 10% na produtividade do tomate para a indústria, face a 2015, com rendimentos médios unitários próximos da média dos últimos 5 anos”, adianta o INE.
Já no girassol, o período de sementeira foi muito dilatado, havendo uma grande heterogeneidade no desenvolvimento das searas (umas ainda em floração, outras já na fase final de maturação fisiológica). Regra geral, as searas apresentam boas densidades de plantas, prevendo-se um aumento de 10% no rendimento unitário.
Produtividade dos pomares de pereiras abaixo da média
Quanto às pomóideas, o ano decorreu com algumas adversidades, em particular para as pereiras. Nesta cultura, um Inverno pouco frio (com a consequente fraca diferenciação dos gomos florais), conjugado com temperaturas baixas e precipitação por altura da floração conduziram a produtividades baixas (17% abaixo da média do último quinquénio).
“Note-se que continua a registar-se um atraso no desenvolvimento dos frutos, o que poderá implicar um adiamento do início da colheita para o final do mês de Agosto, situação que já não ocorria há mais de 10 anos. Nas macieiras estima-se uma redução no rendimento unitário face à campanha anterior (que, recorde-se, foi a mais produtiva das últimas três décadas), para valores próximos do último quinquénio”, realça a análise do INE.
Prunóideas com campanha adversa
Nos pomares de pessegueiros, diz o INE, a colheita iniciou-se com atraso, registando quebras de produtividade (-25% em relação à campanha anterior) que se ficaram a dever essencialmente às condições desfavoráveis verificadas ao longo do ciclo cultural, nomeadamente o reduzido número de horas de frio no Outono/Inverno e a chuva persistente por altura da floração, que promoveu o arrastamento do pólen, a diminuição da actividade polinizadora das abelhas e a lavagem dos produtos fitofarmacêuticos.
Nos amendoais os frutos já estão formados apresentando, em muitos casos, a casca exterior aberta. As variedades mais precoces foram as mais afectadas pelas condições climatéricas adversas, sendo que a idade avançada e as reduzidas intervenções agronómicas destes pomares nas principais regiões produtoras (Trás-os-Montes e Algarve) também contribuíram para o decréscimo da produtividade. Estima-se uma diminuição no rendimento unitário de 20% face a 2015, regressando a valores abaixo dos 300 kg/ha. Com as novas plantações de amendoais que se têm instalado no Alentejo, esta situação será certamente alterada.
Agricultura e Mar Actual