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Previsões agrícolas apontam para queda de 20% na produtividade das vinhas

As previsões agrícolas, em 31 de Julho, apontam para uma diminuição de 20% na produtividade das vinhas para vinho para a grande maioria das regiões vitivinícolas, consequência de acidentes fisiológicos causados pela precipitação na fase de floração/alimpa e de ataques intensos de míldio, diz o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Nos cereais de Outono/Inverno, prevê-se um aumento generalizado da produção, face a 2015, devido aos aumentos de produtividade.

Na batata de regadio as plantas apresentam um bom desenvolvimento, estando a decorrer a colheita, sendo que se prevê um rendimento unitário semelhante ao da campanha anterior.

As chuvas primaveris e o consequente atraso nas plantações prejudicaram o desenvolvimento do tomate para a indústria. As primeiras plantações apresentam rendimentos unitários relativamente baixos, que poderão vir a ser parcialmente compensados pelas mais tardias. Perspectiva-se assim um decréscimo de produtividade face à campanha anterior (-10%).

Os pomares de macieiras e pereiras foram afectados pelas condições climatéricas adversas, que se reflectiram mais intensamente na produtividade das pereiras, cultura que deverá registar mais uma campanha pouco produtiva. Nas prunóideas o ciclo de produção também não correu favoravelmente, com registo de diminuições de produtividade, face a 2015, no pêssego (-25%) e na amêndoa (-20%).

Julho extremamente quente

Segundo a nota do INE, o mês de Julho caracterizou-se, em termos meteorológicos, como extremamente quente e muito seco. O valor médio da temperatura máxima (32,19ºC) foi o mais elevado desde 1931, com um desvio à normal de +3,47ºC. Ocorreram duas ondas de calor (mais de 5 dias consecutivos com a temperatura máxima diária pelo menos 5ºC acima da média para o período de referência) entre os dias 14 e 19, na região do Vale do Tejo e de 23 a 30, no interior Norte e Centro, Vale do Tejo e Alto Alentejo. A quantidade de precipitação foi, em grande parte do território, inferior a 50% da normal, não tendo ocorrido qualquer registo em muitas regiões do litoral Norte e Centro e do Alentejo e Algarve.

“Estas condições permitiram o normal desenrolar dos trabalhos agrícolas da época favorecendo, em geral, o desenvolvimento das culturas permanentes, notando-se, no entanto, alguns sintomas de stress hídrico nas vinhas e olivais de sequeiro”, refere o INE.

Verificou-se ainda alguma recuperação do atraso no desenvolvimento vegetativo das culturas temporárias de regadio. Pontualmente observaram-se dificuldades na disponibilização de água aos efectivos pecuários a partir dos recursos hídricos das explorações, em particular no Baixo Alentejo.

No final de Julho a percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, diminuiu em todo o território, sendo inferior a 30% no Algarve e em grande parte do Alentejo. Os valores são normais para a época.

Boa produção de forragens garante reserva

Os prados e pastagens de sequeiro já se encontram completamente secos, sendo a alimentação das espécies pecuárias em regime extensivo assegurada pelos agostadoros dos cereais e suplementada por palhas e fenos em quantidades consideradas normais. As condições climatéricas ao longo do ciclo das culturas forrageiras permitiram um desenvolvimento abundante de matéria verde, existindo uma boa reserva de alimentos grosseiros para suprir as necessidades forrageiras ao longo dos meses de menor produção, adianta a mesma nota.

Área semeada de milho para grão mantém tendência de descida

A instabilidade meteorológica da Primavera, em particular a intensa e contínua precipitação, atrasou a instalação das searas de milho, tendo ainda obrigado à ressementeira das efectuadas antes das chuvadas que apresentavam baixas taxas de emergência. Como resultado, foram semeadas áreas importantes de variedades de ciclo curto, necessariamente menos produtivas. Apesar da subida dos preços nos mercados internacionais desde o início do ano (+8%1), o milho continua a cotar-se próximos do valor mínimo de viabilidade económica (preço estimado ao produtor abaixo dos 140 a 150 €/t). A descida dos preços do milho tem sido determinante para a diminuição da área semeada, prevendo-se que nesta campanha a superfície para grão se situe nos 84 mil hectares.

As previsões agrícolas do INE adiantam que em geral, as searas apresentam um desenvolvimento homogéneo e coloração intensa, estando a maioria no estádio de floração. As elevadas temperaturas e luminosidade promoveram a fotossíntese e o acentuado crescimento das plantas, obrigando a regas atempadas e frequentes.

Produtividade do arroz semelhante a 2015

As searas de arroz encontram-se, na sua grande maioria, na fase de emborrachamento/início de espigamento, tendo beneficiado do tempo quente que se fez sentir ao longo do mês. Os povoamentos estão homogéneos (apesar de em alguns casos o grau de infestação por milhãs ter obrigado à realização de duas ou três aplicações de herbicidas), e as plantas apresentam boa coloração. Prevê-se que o rendimento unitário seja próximo do alcançado na campanha anterior (6,35 t/ha).

Batata de regadio com bom desenvolvimento

Apesar de algum atraso nas plantações, motivado pelas condições climatéricas adversas, a cultura da batata de regadio apresenta um bom desenvolvimento e, em muitas regiões, a destinada a consumo em fresco está com a colheita praticamente concluída. A batata cultivada para a indústria ainda não começou a ser colhida, encontrando-se em fase de acabamento.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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