O ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, disse que o seu Ministério e o do Ambiente vão anunciar em breve uma equipa conjunta que vai, até ao fim de 2024, “preparar um cronograma de investimentos” numa rede interligada da água, com o objectivo “do armazenamento e da distribuição eficiente da água” a nível nacional.
Para estes investimentos “vão ser utilizados apoios do PT 2030 e o próprio Fundo Ambiental também vai apoiar; por exemplo, no Algarves o Fundo Ambiental vai contribuir com 27 milhões de euros”, disse José Manuel Fernandes no encerramento da Conferência promovida pela TSF, Jornal de Notícias e Aquapor, intitulada “Água e Agricultura — A Circularidade da Água na Agricultura”, que se realizou no âmbito da 60ª Feira Nacional de Agricultura (FNA 24), a ocorrer até 16 de Junho, no CNEMA — Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém.
O ministro da Agricultura realçou ainda que o Governo vai reprogramar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) “até o fim deste mês”, de Junho, indo também apoiar esta rede interligada da água, relembrando que Espanha aproveitou “todos os recursos, todos” disponibilizados pela União Europeia estando a “utilizá-los para o objectivo do armazenamento eficiente da água”, enquanto que “Portugal perdeu uma oportunidade de usar estes 8,3 mil milhões de euros”. “Estamos a falar de empréstimos, representam mais dúvida, eu sei, mas o prazo de pagamento era de 30 anos e taxa de juro muitíssimo baixa”.
“Os nossos vizinhos espanhóis tinham inicialmente um PRR de 80 mil milhões, depois foram buscar todos os empréstimos disponíveis, totalizando 83 mil milhões. E um grande montante foi precisamente para o objectivo do abastecimento público e da água para a agricultura. Todos nós sabemos que as alterações climáticas estão aí. Mesmo os Estados-membros que pensavam que tinham água em excesso começam a perceber que também eles podem ser atingidos”, frisou José Manuel Fernandes recomendando uma “necessidade de olhar para a água em termos de estratégia europeia”.
No entanto, o ministro da Agricultura garante que “vamos construir a solução do financiamento com instrumentos financeiros como InvestEU”, alertando que “não podemos aceitar aqueles que, por exemplo, são contra a construção de mais barragens. Nós precisamos de armazenar água”.
“É claro que temos de armazenar água e também é evidente que temos que ser mais eficientes e depois temos de de utilizar as águas residuais e recuperar os regadios tradicionais”, sendo o “alteamento das barragens outra solução que face às alterações climáticas é necessária”, acrescentou o ministro. E recordou que o PDR 2020 tem ainda 680 milhões de euros por executar, dos quais uma parte será atribuída à eficiência da água.
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