“A Europa não pode continuar isolada do Mundo e tem de permitir a aplicação de herbicidas e outros fitofármacos através da utilização de drones, aplicando assim estes produtos apenas onde são necessários. Assumindo que a Comissão Europeia não abandonou, ainda, a aplicação integral do Pacto Ecológico Europeu, não implementar estas medidas, entre outras, é decretar a morte irremediável da agricultura europeia. Também por isto, têm razão os agricultores europeus nas suas acções de protesto”.
Esta é uma das conclusões saída do 3º Congresso Ibérico do Milho, que reuniu em Lisboa, a 21 e 22 de Fevereiro, 700 participantes de Portugal e Espanha e um painel de 35 oradores que reafirmaram a importância da cultura do milho na agricultura de regadio do Sul da Europa, contribuindo para criar emprego, gerar desenvolvimento socioeconómico e fixar a população no território.
Um encontro organizado pela Anpromis — Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo e a Agpme — Associação Geral dos Produtores de Milho de Espanha.
Por outro lado, os produtores de milho concluíram que a União Europeia (UE) “tem de autorizar, sem receios e complexos fundamentalistas, o cultivo de variedades desenvolvidas recorrendo à utilização das novas técnicas genómicas (NTG), sendo esta uma oportunidade única de retomar a dianteira no que respeita à investigação no domínio da biotecnologia”.
Para aqueles agricultores, “a Comissão Europeia e os cidadãos europeus têm de olhar de uma outra forma para a sua agricultura, não lhe retirando a sua capacidade de produzir alimentos de uma forma sustentável, sem dogmas ambientalistas, que nada contribuem para a sustentabilidade do território europeu”.
“Num contexto de total instabilidade e imprevisibilidade geopolítica mundial, a soberania alimentar, a par da Defesa, constitui, para os países europeus, um desígnio estratégico. Cabe, a cada um dos Estados-membros, tomar as devidas medidas para que este objectivo estratégico passe a constituir uma verdadeira prioridade”, frisam os produtores de milho.
“O 3.º Congresso Ibérico do Milho, e a grande dinâmica criada em seu torno, reconhecem a importância que as Associações e as Organizações de Produtores desempenham no modelo agrícola europeu pois, claramente, junto somos e seremos sempre mais fortes”, frisa a organização do encontro.
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