A direcção da CNA — Confederação Nacional da Agricultura considera que “os compromissos e contratos, prazos de pagamento das ajudas no âmbito da Política Agrícola Comum, avaliação de projectos e protocolos, tal como outros já assumidos com agricultores, produtores florestais, compartes dos baldios e com as suas organizações, têm todas as condições e a obrigação de ser mantidos e executados na íntegra tal como previamente definidos e contratualizados”, pelo que “a actual crise política não pode ser utilizada para provocar mais prejuízos à Agricultura Familiar”.
Em comunicado, a CNA refere que “perante o pedido de demissão do primeiro-ministro e para além dos desenvolvimentos, do tempo e das consequências da decisão que o Presidente da República tomar, as estruturas da Administração do Estado continuam a funcionar pelo que tal situação não pode ser usada para agravar as já difíceis condições de vida dos agricultores e das populações”.
“A produção de alimentos tem ciclos próprios que se sobrepõem às crises políticas. Os agricultores não podem ser ainda mais prejudicados do que têm sido, particularmente durante o conturbado ano de 2023”, adianta o mesmo comunicado.
Relembre-se que o primeiro-ministro, António Costa, após suspeitas de corrupção no seu Governo e buscas à sua residência oficial, apresentou, esta terça-feira, a demissão ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), em comunicado, “no decurso das investigações” aos membros do Governo e empresários envolvidos num processo que investiga negócios relacionados com a exploração de lítio em Montalegre, surgiu “o conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do primeiro-ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto supra-referido”.
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