A agricultura biológica “não tem uma expressão significativa na produção agrícola na área de influência de Alqueva. Com efeito, pode-se dizer que este é um modo de produção que ainda terá alguma margem de progressão”, refere o Anuário Agrícola de Alqueva de 2022, elaborado pela EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva.
Adiantam os técnicos da EDIA que existem, vários tipos de produção agrícola biológica, na região de Alqueva:
• Produção extensiva de forragens e de carne (bovinos, ovinos e caprinos) – explorações de grandes dimensões;
• Produção de Plantas Aromáticas e Medicinais (PAM), geralmente em pequenas explorações;
• Produção de frutícolas e hortícolas – pequena escala em explorações agrícolas de dimensões variáveis;
• Produção de azeite e vinho biológicos.
Adianta o Anuário que a produção biológica é realizada para nichos de mercado, com produtos diferenciados, custos unitários e preços ao consumidor mais elevados. “O facto de existir produção pecuária extensiva no Alentejo em modo de produção biológico, justifica-se pelo facto de ser uma actividade extensiva, com reduzida incorporação de inputs e pelo facto de existir um sistema de ajudas à agricultura biológica que complementa o rendimento dos produtores”.
E realça que “de uma forma geral”, a produção de plantas aromáticas e medicinais em Portugal “só é competitiva, mesmo em regadio, face aos concorrentes externos, se for realizada em Modo de Produção Biológico”.
Por outro lado, a produção de hortícolas e frutícolas em modo de produção biológico, “existe apenas para pequenos nichos de mercado, estando, na nossa região, associado muitas vezes a empresas hoteleiras ou de agroturismo. Da mesma forma, a produção de vinho e azeite biológico destinam-se a mercados mais exigentes, que preferem pagar mais por um produto de melhor qualidade”.
Olival biológico
No entanto, o Anuário Agrícola de Alqueva de 2022 realça a existência de uma empresa produtora, em Serpa, associada exclusivamente ao Modo de Produção Biológico desde o olival até à produção de azeite. O produto final destina-se quase exclusivamente à exportação, para mercados do Centro da Europa onde existem consumidores que premeiam a qualidade.
Da mesma forma, e numa escala completamente distinta das explorações frutícolas registadas em modo de produção biológico, existe, em Serpa, uma exploração com cerca de 30 hectares de prunóideas destinando-se a exportação.
Salienta ainda o documento que, “pelo facto da região de Alqueva ter sido uma zona onde tradicionalmente se desenvolviam sistemas extensivos de produção, existe a possibilidade de desenvolver, mais facilmente, projectos de produção de agricultura biológica de regadio, face a outros perímetros de rega em Portugal e na Europa”. “Esta vantagem tem sido reconhecida, muitas vezes por “players” internacionais, que referem a possibilidade de produzir em biológico na região do EFMA para exportação para mercados mais exigentes”.
Pode consultar o Anuário Agrícola de Alqueva de 2022 aqui.
Agricultura e Mar