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Eucalipto de Contige conquista 5º lugar no concurso Árvore Europeia do Ano

Aos 145 anos, o ilustre representante nacional do concurso Árvore Europeia do Ano 2023 e um dos ex-libris na freguesia de Contige, no concelho de Sátão (Viseu), passou a ocupar um lugar de destaque na história do concurso Árvore Europeia do Ano, organizado pela Environmental Partnership Association (EPA). A “maior árvore classificada” em território português alcançou 10.281 votos, que lhe valeram a conquista da 5ª posição da competição disputada por 16 concorrentes.

O vencedor do concurso Árvore Portuguesa do Ano 2023 alcançou uma importante posição entre os 5 primeiros lugares da competição europeia, que, com excepção da Eslováquia, foram dominados por espécies de países com populações mais alargadas do que Portugal, como Polónia, Ucrânia ou Itália. Não obstante, o Eucalipto de Contige ficou à frente de concorrentes de outros países com mais habitantes, como, por exemplo, Espanha, Reino Unido ou França, adianta uma nota de imprensa da The Navigator Company.

“A excelente posição alcançada a nível europeu é um importante sinal do valor e diversidade da floresta portuguesa. A The Navigator Company felicita a freguesia de Contige e o município de Sátão por esta importante conquista e o seu contributo – em conjunto com a UNAC – União da Floresta Mediterrânea, responsável pela organização do concurso em Portugal – para o reconhecimento do valor das muitas espécies da floresta nacional”, acrescenta a mesma nota.

Classificado como de interesse público desde 1964

Classificado como de interesse público desde Agosto de 1964, o Eucalipto de Contige é um dos muitos eucaliptos monumentais em território nacional. A sua plantação remonta a 1878, quando se abriu a Estrada das Donárias. Com aproximadamente 140 anos, perdurou no tempo apesar de todas as intervenções urbanísticas e rodoviárias na sua envolvente.

Os 43 metros de altura, uma copa grandiosa e um perímetro à altura do peito de mais de onze metros, que só oito pessoas juntas conseguem abraçar, foram as razões que lhe valeram a entrada no TOP5 e, pela primeira vez em Portugal, a conquista por um eucalipto do concurso Árvore Portuguesa do Ano 2023.

O Eucalipto de Contige junta-se agora à lista das árvores que entraram para a história da competição europeia, composta também por vencedores dos diferentes concursos nacionais: o Sobreiro Assobiador, localizado em Águas de Moura; a azinheira secular do Monte do Barbeiro, em Mértola; o majestoso Castanheiro de Vales, no concelho de Vila Pouca de Aguiar; o Plátano do Rossio, em Portalegre; e a Sobreira Grande, em Vale do Pereiro, no concelho de Arraiolos.

Desde 2011 que se realiza o Concurso Árvore Europeia do Ano. Ao contrário de outros concursos, a iniciativa não se foca apenas na beleza, dimensão ou idade da árvore, mas na sua história e ligação com as pessoas, factores que as tornam parte de uma comunidade maior.

A competição foi inspirada no popular concurso checo Árvore do Ano, organizado pela Czech Environmental Partnership Foundation, e tem como propósito destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural.

Espaço para todos na floresta portuguesa

Depois das edições anteriores do concurso nacional premiarem exemplares notáveis de espécies autóctones ou ornamentais, em Janeiro deste ano os portugueses elegeram o Eucalipto de Contige, levando a UNAC a questionar se “existe uma nova geração na opinião pública para a qual o eucalipto é encarado em pé de igualdade com as restantes árvores, sendo a sua beleza e porte alvo de atenção, justificando que há espaço para todos”.

“O Eucalipto de Contige é um dos exemplares de uma das espécies mais importantes da floresta nacional, que se tem afirmado como o principal sumidouro de dióxido de carbono de que o País dispõe, fazendo parte do património florestal do nosso País há cerca de dois séculos”, realça a mesmo nota da Navigator.

E frisa que “anualmente, e por hectare, o eucalipto sequestra cerca de 11,3 toneladas de CO2, um valor que representa o maior nível de captação anual das espécies presentes na floresta nacional”.

E refere que “além do eucalipto, nos cerca de 105 mil hectares de floresta da empresa em Portugal, foram identificadas 252 espécies de fauna e cerca de 900 espécies e subespécies de flora, bem como múltiplos habitats prioritários para a conservação”.

Todos os anos, os viveiros da Navigator dão vida a mais de 12 milhões de árvores. Estes viveiros — dos maiores da Europa – produzem, a par do eucalipto globulus, mais de 130 espécies diferentes de árvores e arbustos. “Muitas destas, ainda que não tendo viabilidade económica, são financiadas pela companhia, para conservação da biodiversidade e para garantir a continuidade das diferentes espécies”.

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